Hailey Silverstar
Conversávamos na cozinha enquanto a tarde, já caída, deixava a casa envolta num tom dourado e aconchegante. Da janela podiamos, ver a luz refletida no lago o tingido de vermelho.
Alina tinha acabado de colocar Tobias e Hope na cama, cercados por travesseiros macios como muralhas fofas. Funcionava. Os dois dormiam como pedrinhas sagradas.
Christopher e Safira ainda não haviam voltado.
Hunter já mandara três mensagens.
Todas curtas. Todas tensas.
Lyanna… coitada.
Ela não parava de encarar o celular, como se o aparelho tivesse obrigação moral de responder algo por Darius. Os ombros dela estavam rígidos, os dedos inquietos sobre a bancada. Era o tipo de ansiedade muda que só mães que cruzaram o inferno conhecem.
As crianças, pelo menos, tinham encontrado paz temporária.
Estavam espalhadas pela sala, sentadinhas no chão como um bando de filhotes aplicados, ocupados com papel e lápis de cor que eu tinha conseguido na escola da vila. Eu tinha perguntado se podíamos pegar —