POV AURORA.
O ar dentro da Tecnocare estava diferente.
Tinha se passado alguns dias e eu sentia isso nos olhares, no passo acelerado dos corredores, nos sussurros contidos quando eu entrava em uma sala.
Não eram só os papéis acumulados sobre minha mesa, nem os relatórios que pareciam nunca terminar. Era algo invisível, que se infiltrava nas paredes, como uma eletricidade constante que me mantinha em alerta.
Kael agora estava retraído, sua expressão parecia pedra agora. Acabaram as provocações, na real, ele nem parecia estar lá. Eu estava perdida no que estava acontecendo atrás das cortinas, e o pegava me observando algumas vezes, como se quisesse me convidar a entrar, mas logo desaparecia a chama e ele voltava a não estar ali.
Um silêncio pesado surgiu, e eu tinha a sensação de que todos sabiam de algo que eu não sabia.
Mas, o quê?
E então, ela apareceu.
Vitória.
Quando a vi pela primeira vez dentro da empresa, tive a estranha sensação de que o chão sob meus pés havia mudado de lug