Eu gosto de você

Não sei o que estou fazendo nesse lan house. Eu não me importo com ele. Porque deveria está preocupada se ele será expulso ou não da escola? Ele é uma distração. Ahh! Tanto faz. Já estou aqui mesmo, porque não falar com ele?

— Bem-vinda, menina da sala do Danilo. Se veio procurar por aquele pirralho, ele não está. — O recepcionista disse.

— Só vim deixar um recado da escola, se ele continuar evitando os professores e sem frequentar as aulas, será expulso da escola. Poderia passar esse recado para ele? — perguntei. Não sabia nem o que estava fazendo naquele lugar, mas ao menos fiz minha parte. — Bom, era só isso. Tchau.

— Espera! Porque não j**a um pouco? Pegue esse cartão, vai funcionar em todas as máquinas. É uma forma de agradecimento por vir deixar as apostilas e o recado agora. — o recepcionista disse me entregando um cartão.

Acabei aceitando, estava um pouco curiosa para saber do que se tratava aquela loja. Quando entrei mais um pouco, percebi que haviam várias máquinas de jogos. Me aproximei de uma que os bonecos apareciam intercalados e deveríamos bater nele. Parecia ser relaxante.

— Cara! E agora? O que vamos fazer? Danilo não está liberando a grana mais nos últimos dias. Eu jurava que tinha encontrado meu caixa rápido humano. — Ouvi alguém falar atrás de mim.

— Bem, se ele não der dinheiro, não serve para absolutamente nada. Tanto faz. Vamos apenas o ignorar e encontrar outro idiota para conseguir dinheiro. — A voz parecia convencida, mas como estava de costas, não consegui ter certeza. Mesmo ouvindo a conversa, continuei batendo nos bonecos. Em pouco tempo, consegui decorar a ordem e a velocidade que apareciam.

— Wooow! Eu consegui! Bati o recorde. — Gritei animada. Fazia tempo que eu não fazia nada divertido.

Com o braço cansado, decidir ir embora, quando me virei, percebi que Danilo estava sentado no chão de frente para mim, escorado em uma máquina. Quando foi que ele chegou aqui? Será que sempre esteve e eu não percebi? Olhei para ele. Estava de cabeça baixa, tinha um semblante triste. Com toda certeza deve ter ouvido tudo que disseram sobre ele. Tanto faz. Isso não é da minha conta... Mas o que diabos estou fazendo? Não estou me sentindo eu mesma. Depois que vi o rosto dele daquele jeito.

— Vocês são uns idiotas! Babacas! O Danilo considerava vocês todos como amigos, por pura inocência da parte dele. Se querem ser amigos dele, apenas sejam. Caso contrário, sejam sinceros. Isso só torna vocês um bando de lixo, tratar ele dessa forma. — O que diabos estou fazendo. Esse garotos parece uma turma de deliquentes.

— Essa farda... Você é daquela escola de riquinhos que o mané estuda, né? Como aquele cara conseguiu... — O menino se aproximava de mim, erguendo sua mão. É agora que eu apanho? Sabia que me importar com os outros era um erro e uma distração enorme. Olha a situação que me meti.

— Danilo? — O menino disse com dificuldade, Danilo estava segurando ele pelo pescoço no alto. O semblante triste se tornou de ira. — Vocês vão se arrepender.

Danilo só precisou dar um soco em um deles, aquele que segurava. Os outros correram sem sequer olhar para trás. Quando o caos acabou, me despedi, precisava ir para casa. Tinha atrasado novamente meus estudos. Danilo insistiu em me deixar em casa, mesmo eu recusando, acabei desistindo e apenas aceitei. Durante todo o caminho, ele não disse uma palavra. Quando olhei para trás, Danilo estava chorando.

— Não me diga que você está chorando por conta do que aqueles idiotas disseram. Você não fez nada de errados. Algumas pessoas apenas não merecem nosso tempo e atenção. São distrações desnecessárias. — Era a verdade. O tempo que ele gastou investindo naquela amizade, poderia ter feito algo realmente bom na sua vida.

— Eu.. não é nada. Apenas estou feliz. — Danilo respondeu. Olhar ele daquela forma, causava uma sensação bem estranha no meu coração. Tive que reprimir a vontade de chegar e apenas o abracei.

— Não fique assim. Algo me diz que você ainda estará cercado de pessoas que vão se importar de verdade. Que querem verdadeiramente sua amizade. Exatamente do jeito que você é. Então, enxugue suas lágrimas. Aquelas pessoas não merecem uma gota sequer das lágrimas sinceras que você está derramando. — Falei com um nó na garganta.

— Eu acredito, desde que você esteja ao meu lado. Se estiver, eu acho que posso voltar para escola. — Danilo disse enquanto enxugava as lágrimas.

— Isso é ótimo — Eu acho. Danilo desperta em mim, sentimentos que não sei lidar direito. Enquanto eu tentava pensar se a ida dele para escola era boa ou não, Danilo colocou a mão no coração e sorriu para mim.

— Meu coração está batendo tão rápido, sabe o que isso quer dizer? — Danilo perguntou.

— Se você não tiver um problema cardíaco, que eu espero que não tenha, mostra que vocês estão vivo, certo? — Respondi receosa.

— Não, quer dizer que eu gosto de você. — Danilo disse animado.

— Quê? Não! AH! Você está falando como amigos, certo? Eu não sei... — Definitivamente, aquele garoto frequentar a escola seria o fim dos meus dias pacíficos

— Não, gosto de você como um homem gosta de uma mulher. De uma forma romântica, sabe? — Danilo estava se declarando para mim? A gente mal se conhece. O que diabos está acontecendo aqui?

— Quê??.... — Não conseguia nem absorver a Informação. Aquele garoto com toda certeza é o cúmulo da imprevisibilidade.

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