Gabriela só pensa em estudar, não interesse em interagir ou fazer amizades com os outros, prefere ficar sozinha e focada nos seus objetivos. Certo dia, ela é encarregada de levar os deveres de classe na casa de Danilo, um garoto com fama de delinquente que senta ao seu lado na escola. O evento inicia uma grande e estranha amizade entre os dois, aos poucos, vai tomando caminho inimagináveis.
Leer másAntes de conhecer ele, o único objetivo e foco da minha vida era estudar. Fazia questão de ignorar qualquer interação com as outras pessoas. Algo assim, apenas iria atrapalhar os meus sonhos. Estudar, basicamente era o único significado que dei para minha existência, mas aquele garoto me fez questionar a minha vida, de uma forma que jamais pensei que fosse capaz.
Já estamos no quinto dia que as aulas se iniciaram, desde uma luta sangrenta que ocorreu no primeiro dia de aula envolvendo um dos meus colegas de classe, a cadeira do lado da minha continuava vazia. Mesmo com sua detenção finalizada, ainda assim, o garoto problemático não voltou para escola. Talvez seja algo bom. Poderia ser desconfortável ter alguém assim do meu lado. Mesmo assim, como representante de classe, fui basicamente obrigada pelo professor, a entregar as apostilas com anotações das últimas aulas para aquele garoto.— Com licença, me chamo Gabriela, sou representante de classe. Fui designada para entregar algumas apostilas com anotações das últimas aulas. O Danilo está? — Estava irritada. Fui obrigada a pegar um caminho diferente de casa para entregar apostilas para alguém que sequer deve se importar com nada disso. Apenas um delinquente. E aliás, o que é esse lugar? Uma Lan house? Isso ainda existe?— Danilo! Alguém está te... — O homem na recepção gritava, mas foi interrompido ao ver alguém sendo jogado em sua direção.— Seu maldito! Te avisei várias vezes. Olha o que você fez. Por sua causa eu perdi a minha classificação. — Um garoto alto, de cabelos tão escuros quando seus olhos gritava com aquele que havia sido arremessado e agora estava no chão.— Danilo! O que diabos você está fazendo? Eu já avisei para você não brigar dentro da loja. Assim ficarei sem nenhum cliente. — O recepcionista disse claramente sem paciência.— Aquele idiota não sabe jogar! Por causa dele fui morto. Não tenho culpa. — Danilo gritou irritado.— Você não pode culpar os outros por perder sua classificação. O único culpado é você mesmo, certo? Afinal, a marca é sua. Quem deve cuidar dela é você. Deixando esse drama inútil de lado, você tem uma visita. — O homem disse apontando para mim.— Quê? — Danilo me olhou por um segundo com bastante raiva, depois sei rosto se transformou em medo. Em questão de segundos, o garoto se virou e pulou a janela.— Bom, vou deixar isso com o senhor. São as apostilas enviadas por todos os professores. — Não vou mais perder tempo com esse deliquente. Ele tinha acabado de pular a janela do segundo andar. Quem em sã conciencia faz algo assim? Não faz sentido.— Muito obrigado. E desculpe tudo transtorno. Danilo é um pouco... Excêntrico. — O recepcionista tentava se desculpar, mas eu realmente não me importava. Fiz o meu trabalho, entreguei as apostilas, agora posso voltar para casa e estudar.Para falar a verdade, nunca sequer havia encontrado com Danilo. Sabia bem pouco sobre ele. Ele é calouro, assim como eu, depois de sua briga no primeiro dia de aula, virou tópico nas conversas das meninas. Todo os tipos de barbaridades eram ditas ligadas a ele, desde se banhar no sangue dos inimigos até ter pacto com o demônio. No fundo, nada era certo, sequer ele chegou a assistir um dia de aula. Ninguém conhecia ele. Bom, não que isso me importe. Não tem nada haver comigo.Eu tenho um sonho, não posso parar enquanto não realizar ele. Para isso, preciso me dedicar bastante nos estudos. Meu único interesse é esse. Fora isso, não posso me dar ao bel prazer de me distrair com a vida de outras pessoas. Bom, ao menos era isso que eu sempre pensei... Mas o que esse louco está fazendo parado na minha frente?— Você é uma espiã enviada pela escola para me investigar, certo? — Danilo perguntou apontando o dedo para mim. Me olhava com uma expressão ameaçadora. Certeza. Ele é louco. Preciso sair daqui.— Que? Do que diabos você está falando? — Me pergunto que ele acha que é para a escola se dar ao trabalho de querer investigar ele.— Não se faça de inocente. Eu sei se tudo. — Danilo segurou meus braços. Sem dúvidas, esse garoto precisa de intervenção psiquiátrica.— Você é Idiota? Está me machucando. Me solta! Só vim aqui deixar suas apostilas com anotações. — Gritei irritada. Maldito professor que me colocou nessa situação.— Caderno? — Danilo me olhou surpreso soltando meus pulsos — Você não está mentindo para mim, né?Danilo não era um deliquente, ele era completamente surtado. Quem pula uma janela do segundo andar, acha que a escola envia espiões e ainda segura o pulso dos outros com cara de ameaça?— Ah! Então... Você veio entregar o conteúdo que eu perdi. Confundi você com uma professora que sempre vem tentar me convencer a voltar para escola. — Danilo se explicava, mas eu não queria perder mais um segundo da minha vida com essa loucura, apenas acelerei o passo. Queria apenas fugir daquele lugar — Espera! Qual seu nome?— Me chamo Gabriela. — respondi tensa.— Oh! Você se chama Gabriela. — Danilo olhava para o céu, parecia está em outro mundo. Passou de amedrontador, para um garoto tímido em segundos. — Está certo. Costuma funcionar assim, né? Quando os alunos não podem ir para a escola, enviam seus amigos para entregar as anotações. Nesse caso, você pode me chamar de Danilo, já que somos amigos, afinal. Obrigado pelas anotações, Gabriela. Te vejo depois.Meu cérebro bugou. Será que ele tinha dupla personalidade? Enquanto me afastava ainda em choque com o que tinha acabado de acontecer, claramente, meu cérebro não estava conseguindo lidar com a informação, Danilo acenava animado para mim enquanto me afastava dele.Pensei que ele era apenas um deliquente despreocupado, que não estava nem aí para nada, mas minha impressão dele foi ainda pior, ele é assustador, insondável, instável e totalmente surtado. Definitivamente, não quero mais ver aquele cara na minha frente novamente. Não importa.— Professora, entreguei as apostilas para Danilo. — Falei com a professora no outro dia.— Sério? Eu não posso acreditar que você conseguiu. Muito obrigada! Eu nunca consigo encontrar com ele quando vou lá. Aquele menino é bastante problemático. — A professora confessou parecendo cansada. — Você tem ideia dos rumores que circulam por aí sobre ele? Será que são verdadeiros?— Mesmo sabendo disso, o quão ele é perigoso, você ainda me enviou para encontrar com ele? Que tipo de professora é você? — disse surpresa. A professora basicamente me mandou para toca do leão.— Algo aconteceu? — A professora perguntou preocupada.— Ele surtou, disse que somos amigos. Totalmente aleatório. Quem diabos quer ser amigo de uma pessoa como ele. — Respondi.— Sério? Melhor ainda. Você pode aproveitar e convencer ele a voltar a estudar. A suspensão dele acabou tem bastante tempo, mas ele não quer vir para escola. Já tentei conversar inúmeras vezes, mas fui ignorada totalmente. A suspensão dele foi totalmente injusta, o que criou uma enorme rejeição dele em relação a escola. — A professora sugeriu.— Eu? Não mesmo! Não quero nunca mais encontrar com aquele cara na minha vida. — Impossível. Não quero problemas.A professora tentou me convencer a ajudar ela de toda forma possível. Parecia realmente desesperada. Que problemático! Mesmo assim, tenho que recusar, não posso imaginar ter qualquer envolvimento ok aquele garoto.Na saída da escola, acabei sendo puxada para um beco, senti apenas uma mão na minha cintura e outra na minha boca. O que diabos estava acontecendo?— Não se mova. Se fizer qualquer barulho, vai se arrepender. — Danilo disse olhando ao redor. Isso é sério? M*****a professora. Olha o problema que me meteu.Danilo, Sheila e Pedro apareceram na minha casa com um carro dirigido pelo homem que cuida da loja que sempre encontramos o Danilo. Estavam insistindo muito para uma viagem em turma para pescar. Imagina, eu pescando. Também não, mas por tanta insistência, acabei aceitando.— Tudo bem mesmo eu ir? Não preparei nada. — Falei entrando na van que estava estacionado na frente da minha casa.— Não precisa eu e Pedro organizamos tudo mais cedo. Nem sabia quem vocês iriam, mas parece bem mais divertido — O homem que dirigia respondeu. Fico pensando se ele é o pai, tio ou irmão de Danilo. Nunca tive oportunidade de perguntar. Na verdade, não sei nem o nome dele.Algumas horas de viagem. Com direito a músicas chatas e alguns lanches. Finalmente chegamos ao nosso destino. Era uma paisagem belíssima. Com uma pequena cachoeira e um rio. Descemos, tiramos roda tralha da van. Realmente haviam se organizado bem. Até me senti envergonhada de ter vindo com a cara e a coragem Pisquei um segundo, Sheila
As férias de verão finalmente chegaram, mas eu tinha arrumado um enorme problema e não sabia. Estávamos no primeiro dias das férias e Danilo não parava de me ligar.— Novamente? Sério? Eu já disse que não vou sair. Eu nem gosto de praia. — Já atendi falando. Já tinha perdido a paciência depois da décima ligação.— Quê? Mas você prometeu. Disse se eu ganhasse o jogo iria sair comigo nas férias. Até me deu boa sorte. Sabe como me esforcei para ganhar? Não vale desistir agora da promessa. — Danilo relembrou.— Sim, sim. Eu prometi, mas eu não lembro de ter dito que seria no primeiro dia das férias ou que seria em uma praia. Sabe que pode chover a qualquer hora. — Expliquei para ele, mas não parecia que ele iria desistir.No fim, Danilo insistiu tanto que acabou me vencendo pelo cansaço. Não iria conseguir estudar com tantas ligações de qualquer forma. Marcamos para nos encontrar em uma lanchonete próxima da minha casa.— Gabi! Vamos curtir o dia e nos divertir muito. — Danilo chegou grit
Enquanto eu puxava Danilo no morrendo de medo de ser pega junto com ele e nós dois acabarmos expulsos. Ele olhava para minha mão puxando ele hipnotizado— Qual é, Danilo? Corre. Não podemos ser pegos. — Gritei. Danilo apertou o passo.Paramos ofegantes do outro lado da escola, bem longe de onde tudo havia acontecido. Por sorte, havia um bebedor por perto com sombra. Eu sentia que estava derretendo.— Me conta o que aconteceu. — Perguntei ofegante. Eu tirei ele de lá sem nem saber o que havia acontecido. Com toda certeza eu enlouqueci de vez.— Uma menina estava sendo pressionada a sair com ia meninos. Aquela que não parava de chorar. Fui tentar fazer eles pararem de importunar elas, apenas conversando, mas eles não apoiaram minha ideia. Quando eu vi tudo havia saído do controle. Ele estavam no chão sangrando, a menina chorando e uma multidão de pessoas assistindo tudo como um grande espetáculo. Engraçado que ninguém tento apartar ou ajudar a menina. Apenas assistiram tudo como se foss
Era fato, eu estava com ciúmes de todo sucesso que Danilo estava fazendo com as garotas, mas eu não podia dizer ou fazer nada. E no fundo, talvez eu não quisesse mesmo, ele estava feliz. Era um sentimento tão confuso da minha parte.Os dias se passaram, começaram os jogos internos da escola. Mesmo que eu odiando qualquer esporte, sou obrigada a participar de pelo menos, um dos eventos. Acabei escolhendo vôlei, mas não por saber ou ter mais afinidade, sim por ser um dos primeiros eventos e logo eu estaria livre.— Gabriela! Pela mor de Deus. Desde que começou o jogo você nem sequer saiu do lugar ou tocou na bola. Acorda! — Sheila me gritou. Estávamos perdendo. Ela era mais competitiva do que eu imaginei.— Não estou a fim. — Respondi fazendo careta. Sheila jogava super bem, mas o resto do time nem tanto.O jogo terminou. Tivemos uma derrota esmagadora. Sheila reclamou o tempo inteiro enquanto descansavamos na sombra de uma árvore. Eu só queria ler um pouco, mas acho que era meu castigo
Danilo estava certo. O professor havia visto meu erro, mas decidiu ignorar. Achando que aquele pequeno deslize da minha parte não era algo sério. Me pergunto como vamos aprender a sobreviver no mundo, se os professores ignoram nossos erros. É muito melhor ter meu erro apontado e corrigido, do que apenas ignorado. No futuro, haverá muita gente para apontar o dedo para mim se eu errar. Eu deveria aprender como lidar com isso, na escola, acima de tudo, aprender como não errar.— Ah! Ele me deu flores e disse que me amava. — Duas amigas passaram do meu lado conversando. Pareciam empolgadas trocando confidenciais, não tão confidências assim já que falavam para todos ouvirem.Fiquei tão absorvida com o drama da prova, que por um tempo, acabei esquecendo totalmente que fui rejeitada por Danilo, ou quase isso. Prometi que faria com que ele se apaixonasse por mim. Sentisse o mesmo que eu sinto, mas como você faz com que alguém se apaixone? Até um dia desse nem sequer passava na minha cabeça me
Quando levantei. Danilo já não estava mais na minha casa. Não sei quando ou como ele saiu, já que a casa estava totalmente trancada. Tomei um banho, me arrumei e comi algo. Estava super ansiosa com as notas da prova surpresa que tivemos. E corri para escola.Quando entrei na sala, a primeira pessoa que meu olhar encontrou foi o Danilo, estava muito bem sentado na cadeira dele. Seu cabelo ainda estava molhado. Usava um casaco diferente do que estava antes. O que me leva a crer que ele foi em casa.— Bom dia. — Danilo me olhou com um lindo sorriso, mas seus olhos estavam cheios de olheiras. Será que não conseguiu dormir?— Bom dia. Você... — Quando eu estava para perguntar sobre o que tinha acontecido com ele, o professor chegou.— Bom dia, turma. Sei que todos estão muito ansiosos pelos resultados. Então vamos começar entregando as provas e discutindo sobre a resolução da questão. Combinado? — O professor disse enquanto organizava as provas em sua mão.— Professor, eu não estava nada a
Último capítulo