Simon Duarte
Fiquei parado por uns segundos, encarando o Sr. Benson como se tentasse entender se ele realmente tinha dito aquilo. “Você é gay.” Não era só sobre mim. Era sobre o Noah. Sobre nós dois. Sobre o que ele achava que éramos — ou que não deveríamos ser.
Engoli em seco.
— Com todo respeito, Sr. Benson... o que o senhor está dizendo é preconceito. Eu nunca fiz nada de errado aqui. Nunca desrespeitei sua casa, nem seu filho.
Ele cruzou os braços, o olhar duro como pedra.
— Você pode achar bonito esse discurso, mas eu conheço esse tipo de influência. Meu filho não era assim antes de você.
Quis rir. Não por deboche. Era a raiva me consumindo. Como se amar alguém fosse uma contaminação. Como se eu tivesse o poder de moldar quem o Noah é.
— O Noah é quem ele é. E se o senhor não consegue enxergar isso, talvez o problema não esteja em mim... nem nele.
Ele se aproximou, o rosto tenso, a voz baixa e cortante.
— Saia da minha casa. Agora.
Senti o chão se mover sob meus pés. Nã