Simon Duarte
O hospital estava lotado, mas tudo parecia em silêncio. Romeu estava na UTI, em coma. E eu não conseguia entrar. Sequer consegui vê-lo.
Fiquei no corredor, sentado no chão, com a cabeça entre as mãos. O médico tinha sido direto: traumatismo craniano grave, hemorragia interna e foi colocado em coma induzido. Não sabiam se ele acordaria. Nem sabiam quando. Não havia garantias de que, se acordasse, não teria sequelas.
Noah estava ao meu lado, em pé, tentando manter a calma. Mas eu via no rosto dele que estava tão perdido quanto eu.
— Isso foi um recado — eu disse, sem olhar pra ele. — Foi depois da reunião. Romeu também é advogado. Tem duas formações e optou pela arquitetura quando nos conhecemos e passamos a morar juntos.
— Você não tem certeza disso — Noah respondeu. — Pode ter sido um assalto, um ataque aleatório... Por que você fala que ele se reuniu com meu pai como advogado?
— Não foi aleatório. Tenho certeza de que foi tudo calculado. Nenhuma câmera estava funcio