"Que dor!"
Quando o tsunami chegou, Eduardo se lançou sobre Ian, protegendo o rapaz firmemente em seus braços.
A ventania e as ondas gigantes vinham uma após a outra, cada vez mais altas. A água furiosa invadia cada canto ao redor, e mesmo estando no ponto mais alto do estádio de futebol, no instante em que a onda se ergueu, a água atingiu seus corpos sem piedade. A força da natureza era assustadora, cada impacto da onda no corpo parecia uma pedra enorme, esmagando-o repetidas vezes.
Doía, doía muito... Eduardo cerrava os dentes, sustentando tudo com dificuldade, porque ele sabia que, se morresse, Ian também não teria chance de sobreviver.
Os corpos deles estavam gelados, a qualquer momento poderiam entrar em hipotermia. Mesmo com dor, Eduardo ainda esfregava as mãos de Ian, e com grande dificuldade tirou a mochila das costas, pegando o que restava ali dentro: uma manta térmica, o último pacote de biscoitos comprimidos e meia garrafa de água quente do cantil militar.
Tremendo, Eduardo