A água tomou tudo. O vento uivava, a chuva batia como lâminas. O céu negro se fundia ao mar violento, o mundo inteiro parecia em colapso.
O líder da equipe engoliu seco, dizendo:
— Sra. Yasmin, precisamos ir agora, ou vai ser tarde demais! Todos estão esperando.
As palavras "eu fico" estavam na ponta da língua de Yasmin, mas ela não podia dizer. Eduardo havia dito que só um deles podia entrar. Ele tinha razão, o outro precisava viver.
Mas agora, as ondas levaram as duas pessoas que ela mais amava.
As lágrimas desciam pelos cantos dos olhos, silenciosas. Sem soluços, sem histeria, apenas dor pura. Ela olhou firme para o horizonte engolido pelo mar e disse, com voz baixa e determinada:
— Subam, vamos partir.
Minutos depois, o ônibus avançou na escuridão, com dois faróis abrindo caminho, e logo alcançou o restante da frota. Havia milhares de socorristas e todos estavam em um clima pesado, calados e cabisbaixos.
Aqueles que não haviam sido encontrados, estavam para sempre soterrados ali. B