Mansão Torrente.
Quando o céu começava a escurecer, Helena levou Gonçalo de volta para casa.
As altas figueiras, com seus galhos densos e folhagem exuberante, bloqueavam o céu e abafavam grande parte da luz que escapava da mansão. O céu azul-escuro espreitava por entre as folhas, projetando manchas escuras e irregulares.
Helena desceu do carro e, com relutância, pegou Gonçalo nos braços no banco de trás. O pequeno estava suado, mas ainda exalava aquele cheirinho agradável de bebê.
Helena o encheu de beijos, sem conseguir se despedir. No entanto, ela sabia que não poderia passar a noite ali novamente.
Gonçalo também não queria deixar ela ir. Abraçava a mãe com força, enquanto seu rostinho, sob a luz do crepúsculo, parecia ainda mais branco e macio, irresistivelmente adorável.
Nos degraus da entrada, uma figura alta estava de pé: era Bruno.
Helena ergueu os olhos e encontrou o olhar dele. Ele parecia estar ali à espera, com algo a dizer.
Helena acariciou suavemente a cabeça de Gonçalo e