Capítulo 8 Protegendo Nanda
Simão havia passado o dia inteiro esperando que Gisele viesse pedir desculpas e se rendesse. Quando ouviu de Nanda que ela havia convidado os colegas para um jantar, sua raiva explodiu. Ele pegou o carro e foi direto ao restaurante. Ao chegar, ouviu Gisele dizendo que iria pedir demissão, e uma onda de fúria tomou conta dele.

Gisele se virou e encontrou o olhar de Simão, seus olhos avermelhados de raiva. Atrás dele, estava Nanda, vestindo um longo vestido branco e mantendo sua habitual expressão de fragilidade.

— Sim, eu vou pedir demissão. Já finalizei os trabalhos pendentes. Amanhã faço a transição com o Sr. Simão. — Disse Gisele friamente.

Simão apertou ainda mais o pulso dela, sua voz carregada de autoridade:

— Quem deu permissão para você sair? Eu não vou aprovar!

Gisele sentiu a dor no pulso e franziu as sobrancelhas:

— Solte a minha mão!

Simão, irritado, obedeceu e soltou o braço dela, mas continuou a olhá-la com um semblante sombrio.

— Você já fez drama suficiente?

— Quem está fazendo drama aqui é você! — Retrucou Gisele. Seu olhar passou por Nanda antes de continuar, de forma fria. — Eu já deixei o caminho livre para você e Nanda ficarem juntos. O que mais você quer de mim?

Ao ouvir isso, Simão sentiu um lampejo de satisfação. Sua raiva diminuiu um pouco, pois acreditava que Gisele ainda estava brava porque se importava com ele. Para ele, isso só podia ser amor.

— Você está enganada sobre a Nanda. Eu só a vejo como uma irmã. Só isso. — Disse Simão, tentando justificar.

— Irmã? — Gisele soltou uma risada fria. — Vocês dois estavam se beijando e você ainda tem a coragem de me dizer que é só uma irmã? Simão, você realmente acha que sou idiota?

Simão franziu o cenho:

— Que beijo? Do que você está falando? Não diga coisas sem sentido!

Enquanto ele negava, Nanda deu um passo à frente, com o rosto cheio de falsa humildade. Ela segurou o braço de Gisele e implorou:

— Gisele, eu sei que você está chateada por minha causa. Tudo isso é culpa minha. Eu estou disposta a sair da empresa, só não termine com o Sr. Simão, por favor.

Embora sua voz fosse cheia de súplica, os dedos com os quais ela segurava Gisele apertavam com força suficiente para machucar.

Sentindo a dor, Gisele imediatamente se desvencilhou, sacudindo o braço para se soltar.

— Ah! — Nanda gritou e caiu no chão, parecendo desamparada.

— Gisele, você foi longe demais! — A voz furiosa de Simão ecoou enquanto ele corria para ajudar Nanda a se levantar. Ele colocou o braço em volta dos ombros dela e lançou um olhar de ódio para Gisele.

— Sr. Simão, não fique bravo com a Gisele. Foi culpa minha por não ter me equilibrado. — Disse Nanda, com lágrimas nos olhos, fingindo estar magoada, mas tentando parecer compreensiva.

Simão olhou para o rosto supostamente vulnerável de Nanda, depois para Gisele, e sua raiva aumentou.

— Gisele, você nunca vai se comparar à delicadeza da Nanda! — Disse ele, mordendo as palavras.

Gisele abaixou a cabeça, tentando esconder a dor que sentia. A ferida em seu braço latejava, mas era o coração que doía mais. Quando ouviu as palavras de Simão, o nó em sua garganta ficou ainda mais apertado.

Finalmente, ela respirou fundo e respondeu, tentando manter a voz firme:

— Se eu sou tão inferior a ela, então fiquem juntos. A partir de agora, não temos mais nada um com o outro.

Ela se virou para os colegas, forçando um sorriso enquanto dizia:

— Continuem aproveitando o jantar. Preciso ir ao banheiro. Quanto aos não convidados, por favor, peço que saiam.

Sem esperar uma resposta, Gisele se virou e saiu do salão.

Simão ficou com o rosto contorcido de raiva, observando a silhueta dela se afastar.

— Gisele, volte aqui e peça desculpas! — Gritou ele.

Mas tudo o que recebeu foi o silêncio de sua partida.

No banheiro, Gisele lavava as mãos enquanto as lágrimas escorriam sem parar. Apesar de suas palavras frias, a dor que sentia era insuportável.

Vê-lo defender Nanda daquela forma trouxe de volta memórias de quando eram crianças. Sempre que alguém a provocava, Simão a protegia, colocando-se entre ela e qualquer ameaça. Ele até brigava com os outros e, mesmo ferido, sorria para consolá-la:

— Gisele, ninguém vai te machucar enquanto eu estiver aqui.

Agora, aquele garoto que prometeu protegê-la estava do outro lado.

Gisele apertou os punhos com força, tentando conter a dor que rasgava seu peito.

— Por que todas as vezes que eu te vejo, você está tão arrasada assim?

Uma voz fria e familiar ecoou atrás dela. Gisele ergueu os olhos e, no reflexo do espelho, viu um rosto incrivelmente bonito.
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