Na foto, o homem ao lado de Nanda era Simão.
A legenda dizia:
[Com a pessoa amada ao meu lado no meu aniversário, sou realmente muito feliz.]
O anel de noivado, aquele que Gisele sempre esperou ansiosamente, agora estava no dedo de outra mulher. O homem que ela amava também estava ao lado dessa mulher. Gisele percebeu que não podia mais se rebaixar dessa forma.
Se eles se amavam tanto, ela os deixaria ficar juntos. Gisele fechou o aplicativo e enxugou as lágrimas que escorriam pelo rosto.
"Desta vez, vou terminar de forma limpa e definitiva. Nunca mais terei nada a ver com ele." Pensou Gisele, determinada.
Na Mídia Estrela, em Cidade São João.
Simão não dormiu bem a noite inteira. Ele pegava o celular constantemente, mas nenhuma mensagem de Gisele chegava.
Logo pela manhã, ele foi até a empresa, apenas para descobrir que Gisele havia pedido a manhã de folga. Isso o deixou ainda mais irritado. Só no período da tarde, ao ouvir que ela tinha voltado ao trabalho, ele finalmente sentiu um alívio.
"Gisele ainda vai vir me procurar para pedir desculpas. Mas, se ela quiser fazer birra, terá que aceitar as consequências."
Depois de trocar de roupa em casa e almoçar com Agatha, Gisele foi até a empresa. No entanto, ao chegar, ela não foi procurar Simão. Em vez disso, foi direto à sala do diretor para finalizar os projetos que estavam sob sua responsabilidade.
Logo, ouviu uma batida na porta. Sem levantar os olhos, respondeu:
— Entre.
Simão entrou com o rosto sombrio, seguido de perto por Nanda. Ao ver que Gisele não se levantou para cumprimentá-lo como de costume, sua raiva, que ele tentava manter sob controle, voltou a borbulhar. Ele avançou até a mesa dela e bateu com os dedos na superfície duas vezes.
— O que você quer? — Perguntou Gisele, sem alterar o tom.
Simão, vendo que ela não mostrava nenhum sinal de arrependimento, arrancou a caneta de sua mão e a jogou no chão com força.
— Você veio para a empresa e nem se deu ao trabalho de me procurar para pedir desculpas?
— Desculpas? Pelo quê? — Perguntou Gisele calmamente.
— Você bateu na Nanda ontem. Não acha que deve pedir desculpas? — Disse Simão, furioso.
Ele havia esperado por ela o dia todo em seu escritório, mas nem sinal dela. E agora, ela ainda tinha a coragem de enfrentá-lo como se estivesse com a razão.
Gisele quase riu da situação. Ela olhou para Nanda, que estava atrás de Simão, e perguntou:
— Precisa que eu me desculpe com você?
Nanda respondeu com sua habitual voz doce e frágil:
— Não precisa. Foi tudo culpa minha. Se Gisele não estiver mais chateada, ela pode me bater mais, não tem problema.
Gisele soltou uma risada fria e lançou um olhar indiferente para Simão:
— Ouviu? Até ela sabe que destruir o relacionamento dos outros é errado. Levar um tapa foi pouco.
O rosto de Nanda mudou ligeiramente. Ela não esperava que Gisele tivesse se tornado tão firme. Antes, ela sempre engolia tudo em silêncio quando sofria injustiças, especialmente na frente de Simão.
— Gisele, o que você está querendo com tudo isso? — Perguntou Simão, impaciente.
— Estou apenas finalizando documentos. Isso incomoda o Sr. Simão? — Retrucou Gisele.
A atitude indiferente dela irritou ainda mais Simão, mas ele tentou controlar sua raiva:
— Vou dizer pela última vez: ontem à noite, eu só ajudei a Nanda a comemorar o aniversário dela. Foi só isso.
"Foi só isso?" Gisele pensou. Ele havia destruído o pedido de casamento que ela esperou por três anos. Colocou o anel de noivado no dedo de outra mulher, na frente dela. Ela se feriu e passou a noite no hospital, e ele nem sequer perguntou como ela estava. Para ele, ela claramente não tinha mais lugar em sua vida.
Mas, agora, nada disso importava mais.
— Você não precisa me explicar. Não me importo mais. — Disse Gisele, em um tom suave e indiferente.
"Não se importa? Está só fingindo!" Pensou Simão, convencido de que ela ainda estava fingindo força.
Ele ajeitou as mangas da camisa e disse:
— Se não se importa, então desocupe esta sala. Vou transferi-la para a Nanda. Ela precisa de um espaço próximo ao meu para entregar documentos com mais facilidade.