Capítulo 3 Nos Braços Dele
Desde pequena, Gisele sempre foi como uma fã obcecada por Simão. Ela estava constantemente ao seu lado, cuidando de tudo na vida dele. Apesar de amá-lo profundamente, tentava disfarçar seus sentimentos com uma postura fria e distante.

Gisele passava seus dias entre livros, piano e cozinha. Sua rotina era monótona, quase sem vida, e Simão frequentemente se sentia entediado e sufocado ao lado dela. No entanto, havia algo em Gisele que ele apreciava: sua docilidade.

Por isso, Simão não acreditava nem por um segundo que ela realmente quisesse terminar. Para ele, era apenas mais um episódio de raiva passageira. Já tinha acontecido antes. Bastava comprar um presente simples ou dizer algumas palavras doces, e Gisele logo voltava correndo para ele.

— Vocês vão ver. Quando a festa terminar, mando uma mensagem para ela e, em pouco tempo, ela estará na minha casa preparando sopa para minha ressaca. Mulher não pode ser muito mimada. — Disse Simão, com um sorriso confiante.

Ele estava convencido de que tinha Gisele completamente na palma de sua mão. Com um sorriso satisfeito, concluiu:

— Gisele é fácil de controlar.

— Simão, você realmente sabe como lidar com mulheres! — Comentou um dos amigos, rindo.

— Sim, eu até invejo você. Minha empregada não é nem de longe tão atenciosa quanto Gisele! — Acrescentou outro.

Simão sorriu ainda mais, passou o braço em volta da cintura de Nanda e declarou:

— Hoje estou feliz. Depois do bolo, continuamos a festa. Tudo por minha conta!

Gisele quase correu do hotel, com a roupa manchada de sangue. O vestido branco agora estava tingido de vermelho, e as pessoas que passavam olhavam para ela com curiosidade e cochichos, como se estivessem assistindo a um espetáculo de vergonha alheia.

As lágrimas escorriam sem controle enquanto ela tentava escapar dali o mais rápido possível. Com os olhos turvos, Gisele não percebeu a figura masculina que estava prestes a entrar no hotel e acabou colidindo diretamente com ele.

Alberto Penha, assistente que seguia logo atrás do homem, levou um susto. Ao ver a mulher que havia esbarrado no chefe, ele imediatamente deu um passo à frente, pensando que era mais uma das mulheres oportunistas tentando se jogar nos braços do todo-poderoso Jacó Valente.

Antes que Alberto pudesse afastá-la, Gisele cambaleou para trás e acabou caindo no chão por conta própria.

Confuso, Alberto murmurou:

— Isso é sério? Ela está tentando fazer cena?

— Não venha dizer que foi culpa nossa. Você que esbarrou no nosso presidente! — Acrescentou ele, preocupado com qualquer mal-entendido.

Jacó olhou para sua camisa e viu as marcas de sangue deixadas pela colisão. Ele franziu levemente as sobrancelhas, claramente incomodado.

— Me desculpe, não foi minha intenção. — Disse Gisele, sua voz saindo quase como um sussurro. Ela tentou se levantar, mas seu corpo parecia fraco e sem forças. Sua visão começava a escurecer.

Jacó ouviu a voz dela e, de repente, algo em seus olhos brilhou. Ele abaixou a cabeça, intrigado, e olhou para a mulher caída no chão. Em um movimento rápido, ele se agachou, afastou os cabelos que cobriam o rosto dela e, sob a luz suave da entrada do hotel, conseguiu ver claramente quem ela era.

— Gisele. — Sua voz grave soou como uma melodia, baixa e envolvente, quase como as notas de um piano.

Gisele ergueu o rosto com dificuldade, tentando identificar o homem à sua frente. Ela viu um rosto que parecia familiar, mas sua visão estava embaçada demais para ter certeza.

— Você... — Balbuciou ela, mas antes que pudesse terminar a frase, sua visão escureceu de vez, e ela desmaiou, caindo para o lado.

Jacó rapidamente segurou Gisele antes que ela tocasse o chão. Seu olhar fixou-se no corte no braço dela e no vestido ensanguentado. Seus olhos escureceram de raiva, e um brilho frio e perigoso surgiu em seu rosto.

— Não era para ela estar prestes a se casar? Como ela acabou assim? — Murmurou Jacó, sua voz carregada com um tom que oscilava entre preocupação e sarcasmo.

Com suavidade, ele a ergueu nos braços. Seus movimentos eram tão gentis que pareciam contradizer sua habitual frieza. Ele notou o quanto Gisele estava magra e pensou: "Ela cresceu, mas está ainda mais leve."

Alberto não conseguiu ver claramente o rosto de Gisele. Ele apenas testemunhou o sempre frio e distante presidente, que nunca se aproximava de nenhuma mulher, segurando alguém nos braços. Para ele, aquilo era simplesmente inacreditável.

"Será que um simples esbarrão foi o suficiente para despertar algum sentimento?" Pensou Alberto, perplexo.

— Presidente, o senhor vai levá-la...? — Perguntou Alberto, ainda incrédulo.

— Para o hospital. — Respondeu Jacó com firmeza.

— Mas, senhor, temos uma reunião importante em breve. Estamos na fase mais crítica da negociação. Se o senhor faltar, podemos perder o contrato... — Insistiu Alberto.
Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP