Ele nunca me deixaria...
Isabella Duarte Ricci
A estrada parecia interminável, como se cada quilômetro me afastasse ainda mais da sanidade. O céu nublado refletia exatamente o que eu sentia por dentro. Um peso escuro no peito, uma tempestade prestes a cair. O silêncio dentro do carro era sufocante, só interrompido pelos resmungos suaves dos bebês nos bancos de trás. Eu me virei para olhar para eles, três pedacinhos de amor, dormindo inocentes, alheios ao caos que nos cercava.
Meu pai dirigia com os olhos fixos na estrada, o maxilar tenso, as mãos firmes no volante como se fosse a única coisa que ele pudesse controlar. Eu sabia que ele estava tentando se manter calmo por mim, mas o silêncio dele também era dor, raiva, impotência.
Eu não consegui mais segurar. As lágrimas começaram a cair, silenciosas, ardidas, carregadas de desespero.
— Pai.— murmurei, e a minha voz veio baixa, trêmula, como se eu tivesse esquecido como falar. — Onde será que está o Dimitri?
Meu pai não respondeu. Seus olhos piscaram uma