Theo Lima
O silêncio depois da pergunta de Lívia pesava sobre nós como uma nuvem carregada. Eu podia ver em seus olhos a esperança se dissolvendo pouco a pouco, como se ela já soubesse a resposta que eu relutava em dar. A pergunta ecoava na minha cabeça.
A verdade? Eu não sabia. Ou talvez soubesse, mas não queria admitir nem para mim mesmo. Aurora tinha um jeito de entrar na minha vida como um furacão, bagunçando tudo, e mesmo quando eu achava que finalmente tinha seguido em frente, ela voltava, nem que fosse apenas nas minhas memórias.
Mas eu não podia dizer isso a Lívia.
— Não é nada, Lívi — respondi, forçando um sorriso que não alcançou meus olhos. — Só foi estranho… uma coincidência boba.
Ela me observou por um longo momento, como se tentasse decifrar o que eu estava escondendo, mas acabou apenas assentindo.
— Tudo bem — disse, com um tom que parecia mais conformado do que satisfeito.
O jantar seguiu, mas a leveza de antes tinha desaparecido. Conversamos sobre amenid