Capitulo Cento e oitenta

Aurora Ricci

A peça do jogo girava entre os pequenos dedos do meu filho, determinado a encaixá-la onde, claramente, não cabia.

— Filho, não insiste, você pode acabar quebrando. A peça não vai encaixar.

Ele olhou para a peça, teimoso, e me olhou com aquele brilho nos olhos que sempre me desarmava.

— Mas, mamãe, não posso desistir. É o meu jogo favorito e eu gosto muito dele. Eu tenho que tentar, tentar e tentar. Ele precisa saber que um defeito não vai me fazer parar de brincar com ele.

Meu peito apertou. Porque, naquele instante, eu vi muito mais do que um menino insistindo num jogo. Eu vi uma verdade que por tanto tempo ignorei.

Por que eu desisti? Por que escondi a verdade de Theo?

Eu sempre estive ao lado dele, fui a primeira a conhecê-lo, a primeira a segurar sua mão ensanguentada quando ele se machucou por minha causa. Mas agora, tudo o que restava para mim era vê-lo ao lado de outra pessoa, sem lembrar quem realmente esteve com ele desde o início.

Fechei os olho
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