Ele estava prestes a me responder, quando batidas na porta interromperam o silêncio.
Era uma das empregadas da casa, que entrou carregando uma caixa térmica com comida.
Daniel pegou a caixa das mãos dela, agradeceu com um leve aceno de cabeça e a colocou sobre a mesa.
Logo depois, ele encheu uma tigela de mingau, sentou-se ao meu lado e, com a colher em mãos, tentou me alimentar.
— Foi o cozinheiro lá de casa que preparou esse mingau. Mandei fazer especialmente para você, é leve e nutritivo, o melhor para agora.
Eu o encarei com frieza, e respondi, sem nenhuma emoção:
— Daniel, sai daqui. Some da minha frente.
Por incrível que pareça, ele não se irritou.
Continuou segurando a tigela com cuidado e, ainda mais calmo, insistiu:
— Deixa só você comer esse mingau primeiro... Depois eu vou embora, tá bom?
Virei o rosto pro lado, me recusando a olhar para ele, sem dizer uma palavra.
Daniel abaixou a cabeça, e a voz dele ficou mais baixa, quase um sussurro:
— Eu sei que errei, amor. Você pode