No dia do meu casamento, meu noivo, Breno Prado, interrompeu a cerimônia de repente. Tudo porque Larissa Pires postou em suas redes sociais que havia retornado ao país. Breno jogou fora a aliança que ele mesmo desenhou e deixou o local da cerimônia sem olhar para trás. Eu fiquei parada, vestida de noiva, sem acreditar no que estava acontecendo. Até meu irmão, que me apoiava, soltou minha mão: — Agatha, você sempre foi forte. Eu sei que você consegue resolver isso sozinha. Agora, a Larissa precisa de mim mais do que você. Depois de dizer isso, ele também foi embora. Eles partiram pelo mesmo motivo, deixando-me sozinha naquele momento tão difícil. Naquela noite, enquanto eu cuidava sozinha dos restos do desastre que deveria ter sido meu casamento, recebi uma mensagem de Larissa. Era uma foto. Na imagem, Breno e meu irmão estavam ao lado da cama dela. Aquela joia que Breno havia feito à mão, que deveria ser minha, agora estava no pescoço de Larissa. O vestido de noiva que meu irmão desenhou para mim estava no corpo dela. Tudo que deveria ser meu havia se tornado dela. Finalmente, desisti. Com lágrimas nos olhos, liguei para casa: — Pai, mãe. Eu mudei de ideia. Quero voltar para casa.
Leer másNo dia em que fui experimentar o vestido de noiva, Ian me acompanhou.Meu braço ainda estava imobilizado com uma tala, o que tornava difícil vestir e tirar os vestidos. Ian ficou ao meu lado o tempo todo, ajudando pacientemente, sem demonstrar nenhum sinal de impaciência. Experimentei vários modelos até que meus olhos pousaram em um vestido chamado "Estrela da Noite". Reconheci imediatamente: era o vestido que eu havia desenhado na universidade. Depois de vendê-lo, usei o dinheiro para ajudar Igor e Breno a começarem seus negócios.Nunca imaginei que veria esse vestido novamente, ainda mais em uma loja de noivas da família Cabral. Foi então que entendi: o misterioso comprador na época era a família Cabral.— Gostou desse? — Ian perguntou, percebendo minha expressão.Ele pegou o vestido com cuidado e me ajudou a vesti-lo. Depois, improvisou um elegante xale branco feito de tule para cobrir a tala no meu braço. Enquanto ele se abaixava para arrumar a barra do vestido, percebi o quanto el
Breno franziu a testa enquanto lia o convite:— É só alguém com o mesmo nome. A herdeira da família Santos sempre estudou no exterior. Além disso, o Grupo Santos já está entre as 500 maiores empresas do mundo. Se a Agatha fosse realmente filha deles, já teriam vindo buscá-la há muito tempo.Igor assentiu, achando que o que Breno dizia fazia sentido. No entanto, uma sensação de desconforto começou a invadir seu coração, como se algo importante estivesse escapando de suas mãos.Enquanto isso, na mansão da família Santos, eu jantava com meus pais biológicos.— Tia, não precisa exagerar. — Disse, olhando para o prato à minha frente, repleto de uma montanha de comida. Eu me sentia ao mesmo tempo sem jeito e tocada pela atenção.— Ainda me chamando de tia? — Minha mãe fez uma expressão de falsa tristeza, me encarando com olhos brilhantes.Eu me dei conta do erro e, com as bochechas corando, corrigi:— Mamãe...— Isso! Agora sim! — Disse ela, sorrindo de orelha a orelha. — Você está tão magra
Eu estava encostada na parede do hospital, sem forças e incapaz de falar devido à dor. Lágrimas de desespero escorriam silenciosamente pelo meu rosto. As palavras de Larissa na noite no iate ecoavam na minha mente:“O que você acha? Para eles, quem é mais importante? Você ou eu?”Agora eu sabia a resposta. Larissa era a prioridade. Eu era apenas uma presença insignificante, alguém completamente descartável.Pouco tempo depois, o médico da emergência chamou um cirurgião ortopédico. Decidiram que não havia necessidade de priorizar ninguém e que ambos os tratamentos seriam realizados simultaneamente. Larissa e eu fomos levadas para a sala de cirurgia.Quando Igor viu meu braço quebrado, ele segurou minha outra mão com força:— Me desculpe, Agatha. Eu... eu não sabia que você...Eu puxei minha mão, recusando qualquer contato. Não olhei para ele. Aquele tapa que ele me deu, considerei como o pagamento final por todos os anos em que ele me criou. Não havia mais nada entre nós. Fechei os olho
Depois de arrumar minhas coisas, decidi visitar o orfanato onde cresci para me despedir da diretora Amanda.Os cabelos dela estavam mais brancos do que da última vez que a vi. Eu havia comprado presentes para ela com antecedência, presentes suficientes para alguns anos. Quando a abracei, senti o calor de uma mãe verdadeira.— Mamãe Amanda, eu vou embora. Estou indo para um lugar muito, muito distante e, por um bom tempo, não voltarei. — Disse, tentando esconder minha tristeza.Amanda segurou meu rosto entre as mãos, olhando diretamente nos meus olhos:— Agatha, alguém te machucou? Alguém te deixou triste? Onde estão o seu irmão e o Breno? Por que esses dois não estão cuidando de você? Você não parece bem.Eu forcei um sorriso, tentando tranquilizá-la:— Ninguém me machucou. Só encontrei minha verdadeira família. Por favor, deseje-me boa sorte.Ela me olhou com preocupação, mas não insistiu:Quando saí do orfanato, recebi uma ligação dos meus pais biológicos. Eles ligaram para me deseja
Depois de organizar meus pensamentos, voltei para a casa que eu e Breno havíamos planejado juntos. Era o lugar que eu mesma havia decorado, pensando em nos mudarmos logo após o casamento.Assim que empurrei a porta, vi Larissa sentada no sofá, vestindo um vestido novo e bonito, enquanto comia frutas. O que chamou minha atenção imediatamente foi o lixo: minhas flores de jasmim favoritas estavam jogadas no cesto. Meu copo de cerâmica favorito, que Breno havia me dado de presente, estava quebrado em pedaços no mesmo lugar. Os travesseiros e o tapete que eu tanto amava haviam sido substituídos pelo gosto dela.— Agatha, você voltou? — Disse Larissa com um sorriso presunçoso. — Acabei de fazer uma cirurgia no braço, então Breno achou melhor que eu me recuperasse aqui. Ele disse que é muito mais confortável do que ficar em um hotel.Ela continuou, com a voz cheia de falsa inocência:— Ah, e sobre as flores… Você sabe que sou alérgica a pólen, então precisei jogá-las fora. E o copo? Bem, eu o
Depois que liguei para os meus pais biológicos, percebi que eles ficaram genuinamente surpresos e felizes. Minha mãe foi rápida em notar o tom de tristeza na minha voz e tentou me confortar.— Agatha, eu continuo dizendo o mesmo: se você não está feliz aí, lembre-se de que você ainda tem uma casa. Eu e seu pai estaremos sempre aqui esperando por você. Sempre. — Disse minha mãe com doçura.— Sim, mamãe. Ainda preciso de cinco dias para resolver minha demissão e fazer a transição no trabalho. Depois disso, eu volto para casa! — Respondi, tentando soar mais firme.— Tudo bem. Vou comprar a sua passagem. Esses dias, aproveite para se despedir dos seus irmãos. Agatha, não importa o que aconteça, eu e seu pai estaremos ao seu lado, para te proteger e apoiar! — Disse ela, em um tom tranquilizador.As lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto ouvia aquelas palavras. Igor e Breno costumavam dizer as mesmas coisas. Eles prometiam que sempre me protegeriam e seriam meu porto seguro.Breno, em pa
Último capítulo