Depois de pedir divórcio, o CEO quer que eu volte
Depois de pedir divórcio, o CEO quer que eu volte
Por: Lyra SJ
Dor da Rejeição

Era um dia de outono comum para Lily — ensolarado, com uma leve brisa que anunciava a chegada do inverno. Junto com o frio que se aproximava, também vinha a lembrança de seu aniversário de casamento. Ela desejava, no fundo, que apenas a data fosse fria e nebulosa, enquanto sonhava com um casamento que parecesse um dia de primavera: leve, iluminado, cheio de cor, romance e amor. Mas a realidade era bem diferente.

Depois de caminhar pelas ruas movimentadas da Oxford Street e fazer algumas compras, Lily passou em um dos seus cafés favoritos. Comprou alguns cuffins de red velvet — seus preferidos — e um chocolate para o marido. No entanto, ela sabia que ele não comeria. Ele nunca tocava em nada que ela comprava. Só comia o que ela mesma preparava, como se fosse sua obrigação servir, alimentar, agradar.

Rafael e Lily eram casados há cinco anos — mas apenas no papel. Todos sabiam que Rafael só tinha olhos para a prima de Lily, Catarina. Eles não escondiam isso de ninguém. Formavam o par perfeito: na vida pessoal, na profissional e, principalmente, nas redes sociais. Eram chamados de “o casal do século”, pois pareciam combinar em tudo.

Catarina era daquelas mulheres que dominavam qualquer ambiente apenas com a presença. Loira, de cabelos ondulados e sedosos, exalava sofisticação a cada passo — como se os fios tivessem sido moldados pelo vento e finalizados por um cabeleireiro de revista.

Apesar de seus 1,60 m, parecia mais alta. Tinha um corpo magro e esguio, e uma postura impecável — como quem aprendeu desde cedo a caminhar com elegância. Era o tipo de mulher feita para ocupar vitrines... ou palcos.

Seus olhos verdes, intensos e calculadamente expressivos, não apenas viam — avaliavam. Era impossível ignorá-los. Quando lançava o olhar sobre alguém, parecia escolher cuidadosamente a quem dar atenção, como se enxergasse além da superfície.

Sempre vestida com as melhores roupas da temporada, Catarina não apenas acompanhava a moda — ela a antecipava. Alta-costura, cortes impecáveis, tons em perfeita harmonia com sua pele clara e traços finos. Era como se cada look fosse montado para uma capa de revista, mesmo quando o cenário era uma simples cafeteria.

Formada em Direito pela faculdade de King’s, ela era muito mais que um rosto bonito. Inteligente, articulada e segura de si, sua fala era precisa, direta, mas sempre envolta por um tom encantador.

Os homens raramente passavam ilesos ao vê-la — muitos a convidavam para sair, outros tentavam impressioná-la de alguma forma. Mas ela não se deixava levar por elogios fáceis. Seu charme vinha tanto da aparência quanto da firmeza de quem sabia exatamente quem era — e não tinha pressa em se deixar descobrir.

Já a pobre Lily, por mais que fosse esquecida por todos ao seu redor, carregava uma beleza que chamava atenção sem esforço — delicada, mas cheia de presença. Seus cabelos, de um ruivo quase loiro, caíam em ondas suaves até a metade das costas, refletindo tons dourados quando tocados pela luz. Era uma cor incomum, que tornava seu visual ainda mais marcante.

Seus olhos azuis tinham um brilho límpido, quase etéreo — como um céu de inverno prestes a amanhecer. Pequenas sardas espalhadas pelo rosto acrescentavam um charme natural, como se o sol tivesse deixado sua assinatura ali. O nariz era delicado e bem desenhado, harmonizando com a suavidade dos traços.

A boca era bonita, com lábios bem definidos, capazes de transmitir tanto doçura quanto firmeza — como alguém que sabia o que queria. Tinha 1,57 m de altura, mas sua presença ocupava mais espaço do que o corpo pequeno sugeria.

Magra e proporcional, seu corpo mostrava os resultados da rotina constante de exercícios: abdômen definido, pernas firmes e postura ereta — sinais de alguém que se conhece e se cuida com naturalidade. Sua silhueta era marcada não por exageros, mas por equilíbrio.

Infelizmente, para muitos, Lily era apenas uma socialite que havia se casado com Rafael por interesse — uma garota que, segundo diziam, se aproveitou da bondade dele para conquistar dinheiro e poder.

Lily chegou à mansão Manor às 17h para tomar um banho, se arrumar e preparar o jantar de Rafael. Ele era um homem sério, frio, bonito e muito inteligente. Dono de um conglomerado de shoppings em Londres, seu ramo era prestigiado em todo o país. A família dele era uma das mais bem-sucedidas, tanto nacional quanto internacionalmente. Além de possuírem o shopping, tinham diversos investimentos em negócios imobiliários, lojas e departamentos — todos os membros da família ocupavam cargos importantes no país.

Rafael tinha um rosto marcante, daqueles que chamam atenção até no meio de uma multidão. As maçãs do rosto eram altas e bem definidas, conferindo ao rosto um ar elegante e, ao mesmo tempo, viril. A mandíbula era forte e angulosa, com um contorno que parecia esculpido à mão.

Seus olhos verde-mel tinham um brilho hipnotizante, profundos e expressivos, como se guardassem histórias demais para serem contadas de uma só vez. Cílios longos davam destaque ao olhar, e as sobrancelhas espessas e bem desenhadas acentuavam ainda mais a intensidade de seu rosto.

A boca era carnuda e simétrica, com um leve contorno que sugeria um sorriso fácil, mas também sedutor. Os lábios, naturalmente rosados, completavam o equilíbrio perfeito do rosto.

Sua pele tinha um tom levemente dourado, como quem vive ao ar livre, mas sem perder a suavidade de uma boa rotina de cuidados. O cabelo era escuro, denso e levemente ondulado, cortado de forma moderna, com um toque despreocupado.

No corpo, o cuidado era evidente. O peitoral largo e os ombros fortes criavam uma silhueta imponente. Os braços musculosos e definidos mostravam o tempo dedicado à disciplina física, mas sem exageros. O abdômen era rígido e bem marcado, e as pernas, firmes e proporcionais, sustentavam a postura confiante de quem entra em qualquer lugar com naturalidade.

Ele não precisava se esforçar para ser notado. Sua beleza era daquelas que se impõem com sutileza — forte, mas refinada.

Lily, todos os dias, preparava as refeições cuidadosamente para seu marido. Criava cronogramas só para poder passar mais tempo com ele. Naquele dia, havia preparado um belo jantar. De entrada, carpaccio de filé mignon com rúcula, lascas de parmesão e molho de mostarda e mel. Para o prato principal, robalo grelhado com crosta de ervas finas, purê de batata trufado e legumes grelhados. E, de sobremesa, tiramisù com um toque de licor de amêndoas e raspas de chocolate amargo. Às 18h30, o jantar estava pronto. Lily correu para o banheiro mais próximo da cozinha, ajeitou o cabelo, retocou a maquiagem e foi para a sala esperar por Rafael.

Mas ela estava faminta e não entendia o motivo da demora. Às 20h, impaciente, pegou o celular e escreveu:

“Querido, onde você está? Nosso jantar está pronto.”

Ansiosa, com o coração na mão, esperou um retorno. Ela nunca mandava mensagens para ele, pois sabia que Rafael não gostava de ser incomodado — pelo menos, não por ela. Esperou por muito tempo, mas nenhuma resposta veio.

Ela já conhecia aquele descaso: Rafael raramente aparecia em casa para comer. Ainda assim, como nunca sabia quando ele retornaria, fazia questão de preparar suas refeições.

Se dedicava a ser uma boa esposa. Mesmo com diversos empregados na casa, era ela quem fazia a comida e separava a roupa dele todos os dias antes do trabalho.

Pensava que, se continuasse sendo uma boa esposa, talvez, um dia, Rafael a olhasse com outros olhos.

Infelizmente, a resposta não veio. E Lily, tomada por angústia, dor e vazio, sentou-se sozinha à mesa da sala de jantar para comer.

Ela não aguentava mais ser rejeitada. Em cinco anos de casamento, podia contar nos dedos quantas vezes jantaram juntos, quantas vezes ele voltou para casa antes de ela dormir, quantas vezes realmente se viam.

Com tristeza e pesar, após terminar a refeição, Lily sentiu novamente a dor da rejeição. O vazio da grande mansão a envolvia. Arrastou-se até o quarto, tomou um banho, chorou e dormiu.

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