Chegou até a porta do quarto. Lá dentro, Lily conversava com um médico. Ela estava acordada. De verdade. Viva. Mas... ele hesitou. Deveria entrar? Talvez... talvez ela precisasse de um tempo.
Quando o médico saiu, Rafael permaneceu ali por alguns segundos, parado, tentando encontrar coragem. Respirou fundo, apertou as mãos, fechou os olhos por um instante... e empurrou a porta.
Lily estava deitada, olhando pela janela, perdida em pensamentos, como se nem tivesse notado sua presença.
— Oi... — disse ele, com um sorriso tímido, quase aliviado.
— Oi... — respondeu ela, seca, sem sequer virar o rosto.
Aquilo doeu. Mais do que o soco que levara há pouco.
Ainda assim, ele insistiu.
— Como você tá?
Ela respirou fundo.
— Sério que você tá me perguntando isso? — respondeu, gelada, com um tom que cortava mais que lâmina.
Ele engoliu em seco.
— Eu... só quero que você saiba... que eu tô aqui. Pra tudo que você precisar.
— Obrigada. — respondeu, num tom vazio. — Você... ficou aqui esse tempo