Depois de MIA: outra chance para o Popstar
Depois de MIA: outra chance para o Popstar
Por: Kelly Patrícia
1- Scott

Eu sou Scott, um músico que sempre encontrou refúgio na música para escapar dos problemas da vida. Desde jovem, eu tocava piano no conservatório, onde conheci uma garota ruiva misteriosa que sempre me ouvia tocar. Eu nunca tive coragem de falar com ela, mas sabia que ela estava lá, ouvindo e escrevendo em seu caderno. Anos depois, me tornei um cantor famoso, mas a lembrança daquela garota nunca saiu da minha mente.

Os anos se passaram, me apaixonei por Lilly, me casei e era muito feliz, tivemos uma filha linda, mas minha vida mudou drasticamente mais uma vez quando perdi Lilly para um câncer agressivo. Desde então, minha filha Hope se tornou meu único motivo para continuar. Eu vivia no automático, cumprindo meus compromissos profissionais e cuidando dela, mas sem realmente viver.

Tudo começou a mudar quando conheci Angel, uma cantora talentosa que me inspirou a voltar a sonhar. Nós começamos a colaborar musicalmente, e nossas conversas se tornaram um alívio para minha alma. No entanto, eu não sabia que Angel era, na verdade, Angélica, a nova babá de Hope, e também a garota ruiva do conservatório, Emília Dermet, a MIA.

Quando descobri a verdade, fiquei confuso e magoado. Senti-me traído por Angélica por não ter me contado quem realmente era. Mas, ao mesmo tempo, não conseguia negar a conexão profunda que sentia por ela. Depois de uma noite intensa juntos, ela decidiu se afastar para nos proteger dos perigos que seu ex-marido representava. Pelo menos até que resolvesse sua situação.

Depois de tudo isso, a situação ficou ainda mais complicada. Angélica, ou melhor, Emília, estava sendo procurada por várias pessoas diferentes, incluindo seu ex-marido. Ela estava em constante perigo, e eu não podia fazer nada para protegê-la. A única coisa que me restava era esperar e torcer para que ela conseguisse resolver seus problemas e, quem sabe, um dia voltar para mim e para Hope.

Mas não, ela não voltou. Eu também fiz besteira, num impulso e motivado pela lembrança de Lilly, beijei outra pessoa, Mia foi embora magoada, não deixou que eu me explicasse. Eu sou assim, impulsivo demais... ajo no calor do momento... desejo, raiva, amor... sinto tudo ao máximo, e explodo, e me arrependo profundamente por ter explodido com Mia. Lembro daquela chamada como se fosse hoje:

Eu nunca pensei que ouvir a voz de Mia pudesse doer tanto.

Na tela do celular, ela parecia diferente — distante, fria, quase irreconhecível. E quando abriu a boca para falar sobre nós, eu senti o chão sumir.

Ela dizia que o que tivemos era frágil, ilusório. Que tudo não passava de duas pessoas perdidas tentando se agarrar uma à outra. Eu quis gritar que não, que era real, que cada música, cada noite, cada olhar entre nós tinha significado algo. Mas as palavras não saíram.

E então veio o golpe:

“Conheci outra pessoa... conheci a mim mesma.”

Eu não consegui conter a raiva. Como assim? Depois de tudo, depois de me fazer acreditar que eu ainda podia ser feliz, ela me jogava isso na cara.

Falei besteira. Joguei palavras duras, como sempre faço quando me sinto encurralado. Acusei-a, tentei feri-la antes que ela pudesse me despedaçar de vez. E ainda assim, fui eu quem ficou em pedaços quando a chamada terminou.

A tela escura refletia meu rosto transtornado.

Eu não queria que tivesse acabado.

Mas ela fez parecer que nunca nem começou.

Voltar a vê-la depois daquilo foi outro soco no estômago.

Mia estava ali, tão perto que eu podia sentir o perfume dela, e ao mesmo tempo parecia inalcançável. Eu sabia que tinha passado dos limites na última conversa. Minhas palavras ainda ecoavam na minha cabeça como tiros disparados contra alguém que eu nunca quis ferir.

— Me desculpa... — minha voz saiu rouca, quase um sussurro. — Eu perdi o controle, falei coisas que não devia.

Ela me olhou com aqueles olhos grandes, verdes, que sempre foram capazes de me desmontar. E ainda assim, não havia ternura ali. Apenas uma espécie de cuidado distante, como quem olha uma ferida que já não dói mais.

— Eu sei que você estava magoado — disse calmamente —, mas algumas coisas não têm como voltar atrás.

Aquelas palavras me atravessaram. Eu queria gritar que tudo ainda tinha jeito, que eu podia mudar, que a gente podia se reencontrar. Mas ela me encarava com firmeza, como se estivesse tentando me ensinar uma lição que eu não estava preparado para aprender.

Eu sorri sem graça, tentando disfarçar a sensação de estar perdendo algo que nunca mais teria de volta.

Ela, por outro lado, parecia leve. Como se já tivesse seguido em frente, enquanto eu continuava preso ao que fomos.

Aquela noite deveria terminar em música e aplausos, mas acabou em correria, gritos e medo. Corremos para o heliporto como se a vida dependesse disso — e dependia. Jared à frente, Estevan logo atrás, Mia ao meu lado. Eu só pensava em tirá-la dali, em protegê-la de qualquer forma.

Quando as portas do helicóptero se abriram, senti um alívio breve demais. Bastou um olhar para perceber que havia algo errado. Os homens que nos esperavam não eram aliados. O sorriso gelado no rosto deles denunciava a armadilha.

— Entrem logo! — gritou um deles, e antes que eu pudesse reagir, já estávamos cercados.

Fui empurrado para dentro, Mia agarrada ao meu braço. Ela tremia, mas não soltava a minha mão. Eu queria acreditar que conseguiria protegê-la, mas a verdade é que estávamos à mercê deles desde o primeiro segundo.

O voo pareceu interminável. Cada vibração do helicóptero me lembrava que estávamos sendo levados direto para o covil. Quando finalmente pousamos, fomos arrastados para uma casa de campo isolada. O cheiro de madeira úmida misturado a pólvora me deu náusea.

E então ele apareceu: Karin. Jovem, frio, com um olhar que não combinava com a idade.

— Você vai levar um recado — disse, encarando-me como se pudesse atravessar minha alma. — O Sheik precisa saber que temos Mia.

— Não! — tentei avançar, mas fui contido com a coronha de uma arma contra o peito. — Se quer mandar recado, mande comigo também. Não vou deixá-la aqui.

Karin sorriu, e esse sorriso foi pior que qualquer soco.

— Justamente por isso é você quem vai sair. O Sheik precisa acreditar.

Foi aí que percebi: ele me estava libertando de propósito, mas não era misericórdia. Era tortura. Me transformar no mensageiro da própria condenação da Mia.

Eles me empurraram para fora, e a última coisa que vi foi Mia sendo contida, os olhos verdes fixos em mim, cheios de medo e de algo pior: desapontamento.

Eu nunca me senti tão covarde. Carregado para fora como um inútil, condenado a viver com o peso de tê-la deixado para trás. Ainda tive que encarar o pai dela e o homem que viria a ser seu marido: Jared. Ele sim a amou da forma certa, e ela merecia alguém como ele, um verdadeiro príncipe, mas... essa é outra história.

Aliás, quem leu sabe que falei coisas que não se deve jamais dizer a uma mulher, agi feito um cafajeste e entendo se você leitor, terminou o livro da Mia me odiando... só que tudo tem dois lados, não é mesmo?

Nesse diário (ideia da minha terapeuta), pretendo te contar o meu...o que houve e está havendo na minha vida DEPOIS DE MIA.

Espero que eu tenha minha redenção afinal. Mas não fique com muitas esperanças, ja que me tornei um mulherengo de primeira... de cantor romântico a grande "pegador". Mas as garotas gostam de um bad boy, não gostam?

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