Wesley Makaroto

Com os chás que dona Eva estava fazendo para mim, eu sentia que estava ficando a cada dia melhor. As dores estavam cada vez menores e eu já conseguia andar um pouco pelo vilarejo, mas, eu confesso que estava com uma angústia no peito em não saber quem eu sou, de ter flash de memória, mas sem ao menos ver o rosto das pessoas envolvidas, é uma sensação horrível não saber da sua própria história.

— Pedro! — Dona Eva diz se aproximando com um grande sorriso.

— Oi dona Eva. — Digo retribuindo o sorriso.

— Que bom te ver andando meu rapaz, espero que lembre de quem você é rápido. Sei que deve ter pessoas te esperando e com muita saudade. — Ela diz com os olhos marejados.

— O que a senhora sabe que eu não sei?

— Ah, meu filho. Seu acidente não foi apenas um acidente. — Dona Eva diz me deixando aflito. Ela é a curandeira do vilarejo, mas também tem poderes mediunicos.

— Quer dizer que tentaram me matar?

— Sim, meu querido. Não posso deixar que você saia daqui sem que se lembr