Mundo de ficçãoIniciar sessãoEra quase final de tarde quando Jack decidiu ligar para Antony Galaretto. Ele revolveu esperar por conta do receio de estar sendo rastreado. Aproveitou que Ariadne estava no, pegou o telefone via satélite que guardava em um dos armários da casa e foi até o quintal, de onde efetuou a ligação.
— Alô, chefe? Sou eu! — Jack! Meu filho, eu passei o dia inteiro esperando que me ligasse! — respondeu assim que atendeu. — O que foi que houve, Jack? O meu menino está morto? — Peço perdão, senhor Galaretto. Embora isso não servirá para trazer o Dino de volta! — respondeu com pesar. — Mas estou disposto a fazer com que paguem! — Por que você sumiu, Jack? O que aconteceu para ter desaparecido assim? Ele confiou em você, mas você o abandonou, Jack! Jack suspirou, enquanto ouvia os lamentos de Antony, do outro lado da linha. O homem dizia estar depositando todas as fichas para pegar o assassino de seu filho e ele sabia muito bem quem ele era. Mas para que a justiça fosse feita, ele deveria ter provas que o pudessem incriminar. Aproveitando a deixa, Jack contou que conseguiu escapar do assassino e que a prostituta que estava com Dino na noite em que fora morto, poderia testemunhar contra Simon num tribunal e depois, Galaretto tomaria o controle conforme quisesse. O velho gostou do que ouviu e orientou que Jack protegesse a tal mulher como a própria vida e que ela seria a chave para condenar Simon e sua gangue. — E para onde eu a levo, senhor Galaretto? — perguntou, com um largo sorriso. — Vou continuar entrando em contato para lhe passar mais instruções. Mas agora vou desligar, devo me preparar para a despedida. Depois do enterro do meu filho aí sim poderei agir com mais calma! — Como queira, senhor. Ficarei aguardando! Jack entrou para dentro de casa, dessa vez mais tranquilo. Entretanto, ele sabia que Antony não o perdoaria por ter deixado que matassem Dino. Então bolou um plano ali mesmo, antes que Ariadne chegasse. “Eu vou proteger essa mulher e assim que o Galaretto der o aval, eu a entrego a ele e me mando. Certeza de que aquele velho vai querer o meu pescoço pelo que aconteceu”! “Kavanag filho de uma puta do caralho, aquele bosta estragou a minha vida, fodeu com o meu rabo. Mas ele não perde por esperar... assim que eu entregar a vadia para o velho, aquele puto me paga!” — Está tão quieto aí! — disse Ariadne, surpreendendo Jack. Ela descia as escadas e sua roupa logo chamou a atenção de Jack —Que roupa é essa? Aonde você a encontrou? — No guarda-roupa! — falou caminhando devagar até ele. — Eu não aguentava mais aquele vestido. Ainda bem que encontrei esse short e essa blusinha! Novamente Jack deu aquele suspiro de quando se sente incomodado com alguma coisa. Dessa vez foi a roupa para lá de provocante que Ariadne usava. Um short jeans mostrando as coxas bem troneadas e a bunda arrebitada. Uma blusinha que deixava a barriga chapada à mostra e o coes baixo na altura dos quadris fazia com que os movimentos da mulher parecessem mais uma dança árabe. Além dos seios que de tão durinhos, pareciam apontar diretamente para ele e para piorar ainda mais, ela estava sem sutiã. — Tem muita roupa de mulher lá dentro? — curioso, Jack perguntou. — Ah, sim, tem algumas. Vai dar para eu usar sem repetir durante a semana. — respondeu, sentando-se no sofá, numa posição um tanto provocante. — Você disse que aqui estava abandonado. Como tem essas coisas todas? — Direto algumas pessoas vêm para fazer a manutenção do lugar. Essas roupas devem se de alguma mulher que faz parte da equipe! — respondeu meio sem jeito. Mas sem tirar os olhos do corpo dela. — Bom, eu vou ver se preparo algo para o jantar. Vai sopa pré-pronta? — Se não vier com o maldito Eliot Kavanag junto, eu quero! — respondeu ela. — Enquanto você prepara a sopa, eu ponho a mesa para o jantar. Aqueles pratos precisam ser lavados. Durante o jantar, Jack comentou a respeito da conversa que tivera com Antony, o que deixou Ariadne muito animada. Então, o castanho contou como eram as formas de seu patrão fazer justiça e certamente esse seria o método que usaria para com Simon. Tudo consistia em acusar o rival formalmente na justiça e depois de feito, ele faria de um tudo para colocá-lo na cadeia. Uma vez ali dentro, Galaretto já teria seus comparsas que cuidariam para que o infeliz nem ao menos chegasse ao julgamento. Para os demais, o acusado se metera em alguma briga de sela e os “colegas” o mataram, simples assim. — Quer dizer que ele mata sem que ninguém o ligue diretamente ao assassinato. É isso? — Ariadne pedindo confirmação. — Exato! E isso é o que faz de Antony Galaretto o homem do qual ninguém deseja ter como inimigo, você entendeu agora? — explicou Jack, em seguida ele abocanhou mais um punhado do macarrão. — Depois de ouvir isso, ele acaba de entrar para a minha lista de amigos de infância! *** O inverno estava chegando ao seu fim e naquela mesma tarde, uma movimentação se via na mansão Galaretto. Empregados e amigos circulavam pelos corredores escuros, enquanto o patriarca procurou não sair de seu luxuoso, porém naquele dia, triste escritório. Sua atenção foi chamada ao perceber a presença de um dos seus mais fieis lacaios. O velho levantou a cabeça e com seu par de olhos azuis e ovalados, o encarou com tristeza. — Luttrell! — disse ele, abrindo um sorriso amarelo. — Não deixei de ouvir o que falava ao telefone, senhor. Vai mesmo perdoar Morris? — perguntou o homem de pele negra com seus um metro e noventa de altura. Um homem cujo visual impunha respeito onde que que chegasse. Careca e com melanina de sobra na pele, esbanjava um charme sedutoramente misterioso. — Marque uma coletiva para amanhã logo pela manhã. Todos os que foram responsáveis pela morte do meu filho, irão por fim conhecer a minha ira, todos eles. — O velho falou, agora a tristeza dera lugar a um ódio que se podia até mesmo, tocar. — Irei providenciar tudo, senhor! — Luttrell afirmou. — E por falar em punição, seu filho Giacomo ligou direto de Roma. Ele quer vingança! — E vingança ele terá! Amanhã à noite eu quero que você providencie a bebida de minha preferência! — dessa vez, Antony fala em enigmas. — Gelada ou quente, senhor? — perguntou o moreno. — Dessa vez eu quero quente! De preferência, borbulhando na taça! De certo que Antony falava por enigmas. Algo estava prestes a acontecer e ao que tudo indicava, a morte de Dino seria o prenúncio para uma guerra entre duas grandes facções. *** Ariadne e Jack terminaram de lavar a louça. Ela ainda estava desconfiada do homem ao seu lado e por isso não puxava muito assunto, até que ele decidiu quebrar o gelo. — Vem cá! Por que você decidiu entrar para essa vida, menina? — perguntou se jogando no sofá. — E por que quer saber disso agora? — inquiriu ela, achando aquilo muito invasivo. — Você é uma baita gostosa, inteligente, fina. Por que ganhar a vida vendendo o corpo, quando poderia trabalhar em uma multinacional? — novamente ele questionou. Ariadne sentou-se no sofá que ficava de frente ao que Jack estava e contou sua versão dos fatos. — Não tive escolha! Minha mão sempre deu duro para criar a mim e aos meus irmãos, mas ela acabou sofrendo um acidente de trabalho e fraturou a bacia. No meu país, os recursos são muito limitados e pouco sobra para um tratamento descente! — E por isso você veio para cá se vender? — Não. Jamais essa foi aminha intenção. — ela deu uma pausa, seus olhos ficaram marejados e então continuou. — Uns amigos me ofereceram uma oportunidade de vir para os Estados Unidos e poder trabalhar, ganhar um bom salário e assim ajudar a minha mãe com o tratamento. Mas quando cheguei aqui eu fui roubada e violentada! — Coiotes? — Não! Os amigos que me ofereceram ajuda! Após falar, Ariadne fez silêncio ao lembrar dos horrores vividos nas garras de seus agressores. — Porra, quando eu falo que você está bem de amigos, não estou errado. — comentou Jack, com certa ironia. — Uns tentam te matar e os outros, que aliás, são seus compatriotas, abusam sexualmente de você? Garota, tu precisa se benzer! — Eu sei que foi duro. Procurei achar trabalho, mas sendo uma imigrante ilegal... a polícia também ficou fora de cogitação, caso o contrário... — Seria deportada no mesmo instante, eu entendo. — completou, interrompendo ela. — Mas como chegou justamente no M e no Simon? Ariadne contou que viu o anúncio de que ano bar eles precisavam de uma garota para garçonete, só que quando entrou o Michael lhe ofereceu outra extensão do trabalho que poderia render ainda mais dinheiro. Com medo e sem esperança, ela se agarrou àquela oportunidade única de mudar de vida e ainda conseguir uma cidadania no país. Passou a ganhar dinheiro fazendo programas até que Simon a viu, se interessou por ela e a recrutou como abelhinha. — E o resto, você já sabe! — concluiu ela. — Outro dia me disseram que você tem a xana mais gostosa de toda Nova York, sabia? — Jack comentou, sorrindo. — É, agora eu entendo que para muitos homens eu não sou nada mais do que isso! — ela deu um sorriso amarelo e voltou a ficar séria. — Bom, eu acho que já está na hora de dormir. Espero que tudo corra bem esta noite! — Vai correr! — afirmou Jack, olhando para a mulher que se colou de pé na sua frente. — Ninguém sabe desse lugar, além de mim. Eu também vou dormir! Ariadne subiu as escadas, enquanto Jack a olhava com água na boca. Mas ele não queria se envolver sexualmente com ela, pois pensava que, caso Galaretto a recrutasse, ela certamente retornaria à função de vender prazer todos os homens que estivessem dispostos a pagarem por ela. Sendo assim, deveria aliviar suas tenções sexuais de outras maneiras. *** No meio da madrugada, Ariadne acordou por conta de um barulho estranho que vinha da sala. Abriu a porta e do alto da escada viu Jack deitado por cima de uma mulher. O homem a penetrava com estocadas firmes e fortes. Aquilo despertou a compunção sexual da qual a mulher de olhos verdes sofria, seu coração acelerou e sentiu um calor imenso em suas partes íntimas, levando a mesma a pulsar rapidamente. Chateada com o que vira, ela desceu as escadas, chamando a atenção do casal que transava sobre o tapete da sala. — Ah, me desculpem se interrompo. Eu só vim buscar um copo d’água, mas podem continuar e finjam que não me viu! — disse ela, passando atravessando a sala e indo direto para a cozinha. Jack ficou sem saber qual atitude tomar e a mulher com quem tinha sexo, a encarava com cara de poucos amigos. Ariadne retornou e os dois já estavam vestidos. Ela apenas acenou e subiu de volta para o quarto. Lá do alto, escutou os dois cochicharem. — Por que não me disse que tinha uma mulher aqui com você? Olha só a vergonha que passei! — a voz da mulher. — Eu não sabia que ela iria acordar no meio da noite! — o homem tentando se justificar. — Mas ela não vai incomodar a agente. Vamos continuar com a nossa conversa, ã? — Você ficou louco? Eu perdi toda a vontade, Jack! Olha, você pode ser gostoso, mas depois de ver uma mulher ver a gente trepando no meio da sala, não conheço uma mulher que não broxaria! Enquanto os dois discutiam, Ariadne ouvia tudo, morrendo de rir da situação. Então a mulher disse que voltaria para casa e se Jack quisesse, ele que fosse até ela. O homem reclamou perguntando se a mulher o deixaria naquela situação, apontando para o membro ainda duro e ela respondeu que para o memo haviam duas soluções. — E quais? — ele perguntou. — Por que eu não vou conseguir dormir com um pau gritando desse jeito! — Sobe e fode com a gostosona lá em cima, ou, vai ao banheiro e usa suas mãos! — disse com deboche. — Adeus, Jack! A mulher atravessou a porta e entrou no carro, dando a partida, sem olhar para trás. Jack sentou-se no sofá e colocou as duas mãos por cima da cabeça. Ainda pensou em procurar Ariadne, mas recordou a quem ela estava para pertencer. A única solução foi ir até o banheiro e tomar um banho gelado para se acalmar.






