As palavras de Pedro – "O assento já é seu, Isabella. Sempre foi" – ecoaram no silêncio da cozinha, uma coroação e uma confissão. A guerra contra Lúcia era o pretexto, o palco, mas o verdadeiro drama desenrolava-se ali, entre os dois, na eletricidade que crepitava no ar. A estratégia já não era apenas trabalho; era a linguagem deles, a forma mais íntima de toque.
— Então vamos trabalhar — repetiu ele, mas a sua voz tinha um tom mais profundo, um veludo rouco que prometia mais do que apenas negócios.
Ele a guiou para fora da cozinha, a mão dele pairando nas suas costas, sem a tocar, mas a sua presença era um calor que a guiava como se estivessem acorrentados. Entraram no escritório dele, o coração do seu império. O cheiro de couro, mogno e poder preenchia o ar. Mas hoje, havia algo mais no ar: o perfume dela, que ficara impregnado desde a noite anterior.
Em vez de a mandar para a cadeira de visitante, do outro lado da vasta mesa, ele puxou-a para o seu lado. Para a sua cadeira. A cadei