Isabella acordou na manhã seguinte com uma sensação que não experimentava há seis anos: silêncio. Não o silêncio de seu apartamento, mas o silêncio em sua mente. O zumbido constante e aterrorizante da preocupação financeira, o medo de uma ligação no meio da noite, a contagem incessante de dias até a próxima fatura da clínica — tudo isso havia desaparecido.
No lugar, havia uma calma vasta e desconhecida. E no centro dessa calma, a imagem de Pedro Montenegro. Ele não havia apenas resolvido seu problema; ele havia removido o fardo que definira sua vida adulta.
Enquanto se preparava para o trabalho, ela se olhou no espelho. A gratidão que sentia era avassaladora, mas por baixo dela, a estrategista de Harvard estava analisando a nova realidade. Uma dívida de gratidão era uma corrente mais forte do que qualquer contrato de trabalho. Ela entendia a jogada dele. Ao libertá-la de sua maior fraqueza, ele a tornara mais forte, mais focada e, consequentemente, um ativo mais poderoso para ele. E a