PEDRO
A primeira coisa que senti ao acordar foi o sol a bater no meu rosto. A segunda foi o peso dela. Isabella dormia, a cabeça aninhada no meu peito, uma das pernas entrelaçada na minha, a sua mão espalmada sobre o meu coração como se o estivesse a guardar. A noite anterior repassou na minha mente num flash — a fúria, o desejo, a sua rendição, a minha. Fim da história. Merda, que mentira. Tinha sido o começo.
Eu a observei, a luz da manhã a suavizar os seus traços, e a verdade me atingiu com a força de um soco. Eu a amo. A frase já não era uma fraqueza a ser suprimida. Era um facto. Simples como a gravidade. Eu amava a estratega, a guerreira. E, depois da noite passada, amava a mulher, inteiramente. E a percepção de que em poucas horas eu estaria a ser julgado pela mãe dela era a coisa mais aterrorizante que eu já sentira.
ISABELLA
Eu senti os olhos dele em mim antes mesmo de abrir os meus. Quando o fiz, ele estava lá, a observar-me com uma intensidade que era diferente. Não era o o