O fogo na lareira tinha se transformado em brasas preguiçosas, lançando um brilho quente e alaranjado sobre os dois corpos entrelaçados no tapete. O silêncio que se instalou não era vazio; era denso, preenchido com o som das suas respirações a encontrarem um ritmo em uníssono e o bater dos seus corações a abrandar. O cheiro de sexo, de pele suada e de uma vitória mútua pairava no ar, uma fragrância íntima que marcava o espaço como deles.
Pedro segurava Isabella junto a si, o corpo dela, macio e quente, um contraste perfeito com a dureza do seu. Ele passava os dedos lentamente pelas costas dela, traçando a linha da sua espinha, sentindo cada vértebra, como se estivesse a tentar memorizar o mapa do seu novo mundo. A palavra que ele sussurrara – sua – ainda ecoava na mente dele, não como uma declaração de posse, mas como uma confissão de pertença. A guerra lá fora, Lúcia, o império... tudo parecia um eco de outra vida. A única realidade, a única verdade, era a mulher nos seus braços.
I