30. TARSO
Emília veio atrás de mim, após tudo o que vi e ouvi sobre ela e o tal Clóvis. Jamais imaginei que ela trazia cicatrizes e uma bagagem muito dolorida. Nunca esquecerei essa noite. A imagem da Emília despindo-se à minha frente, mostrando a sua cicatriz, fez-me ver o quanto estava errado em relação a ela. Pude reconhecer que tenho um coração apaixonado por Emília, pois, naquele instante, eu só queria enxugar as suas lágrimas e tirar todo o sofrimento dela.
Vesti-a com uma camisa minha, retirei os seus sapatos, e Emília, em silêncio, olha para mim. Seguro-a nos meus braços.
— Tarso, para onde está me levando? — Emília pergunta, enquanto caminho em direção à sala.
— Vou pedir comida para nós dois. Para te falar a verdade, estou com fome — falo, sentando-a no sofá.
— Tarso, desculpa por tudo o que aconteceu hoje. Eu estava cansada de tudo, sufocada. Tinha que gritar para você ouvir e ver que eu estava falando a verdade — Emília fala, aliviada.
Agacho-me à sua frente e a beijo na bo