Ketlyn encontrou o prato de Luke praticamente intocado. As batatas ainda quentinhas, o frango no formato que ele gostava, mas nada tinha sido mexido. O garfo largado no canto da mesa. O menino sentado na poltrona, abraçado ao próprio joelho.
Ela se aproximou devagar.
"Filho, tá tudo bem?"
Luke deu de ombros. Não respondeu de imediato. Só continuou olhando fixamente para a televisão desligada. O reflexo do rosto dele estava ali, pequeno e tenso. Ketlyn sentiu um aperto no peito.
"Não gostou da comida?"
Ele balançou a cabeça.
"Tô sem fome."
Ela se ajoelhou, tentando forçar um sorriso, como fazia nos dias difíceis.
"Quer me contar o que aconteceu?"
Silêncio.
Então, depois de alguns segundos, ele murmurou:
"A minha mãe… ela era ruim?"
Ketlyn congelou.
Demorou a entender. Mas quando entendeu, a dor veio como uma lâmina. Ela engoliu em seco.
"Por que você tá perguntando isso, Luke?"
"Um menino na escola falou que, quando a mãe some, é porque ela fez coisa errada. E que às vezes o pai t