43. SÂMIA
Minha avó está internada na UTI de um hospital público, e só Deus agora por nós três. Estou sem forças. Enxugo as minhas lágrimas para conseguir pensar um pouco, e muitas coisas passaram pela minha cabeça, inclusive abandonar tudo aqui e ir dar assistência à minha única família. Mas a minha tia disse que não, que eu não posso abandonar a minha vida por causa delas.
Após chegar do trabalho, tomei banho para relaxar, esquentei o meu jantar que estava congelado na geladeira e comi um pouco.
Como é ruim se sentir só! Sou tão jovem e vivo sem sonhos, sem rumo, completamente desmotivada. Nem amizades verdadeiras fiz aqui nesta cidade, pois não confio em ninguém. Minha avó me instruiu a não confiar em todo mundo e a ter foco naquilo que de fato eu vim fazer aqui: trabalhar honestamente.
— Não posso desanimar — falo sozinha enxugando lágrimas.
Deito na minha pequena cama, pensativa, sem saber o que fazer. A minha vontade era de ir embora para o interior. Preciso de colo, muito colo. Acabe