Sinto minhas pernas vacilarem, como se o chão sob meus pés estivesse prestes a desabar. Meu coração bate tão rápido e descompassado que mal consigo respirar. O ar entra e sai em ofegos curtos, e tudo dentro de mim grita em desespero. Meu estômago se contorce numa dor surda — uma mistura de medo, impotência e culpa.
Antes mesmo que minha mente consiga formular uma pergunta, a voz da doutora Carter volta a me atingir, agora com uma clareza que fere como navalha.
— Sua irmã apresentou uma crise cardíaca aguda. A pressão arterial dela disparou repentinamente, e isso provocou uma dificuldade respiratória severa. Conseguimos estabilizá-la por ora, mas a situação é extremamente delicada. Ela está sob observação intensiva e recebendo os melhores cuidados, mas… — a médica hesita, e isso me dilacera ainda mais — estamos lidando com um quadro muito sensível, Sophia.
Cada palavra é um soco no estômago.
Um grito abafado se forma dentro de mim, como se minha alma protestasse contra aquela realidade