Sophia dobrava roupas na lavanderia com movimentos lentos, distraídos, tentando afogar o que doía dentro do peito entre o vapor morno e o cheiro de sabão. O trabalho ajudava. Ou, pelo menos, fingia que ajudava. Dava à mente algo para focar além da ausência dele. Além do silêncio ensurdecedor que Giovanni deixara quando desapareceu sem olhar para trás.
Mas nada preenchia o espaço que ele havia ocupado com tanto domínio.
A dobra da blusa escapou das mãos dela. O tecido escorregou até o chão, e ela sentiu o coração apertar. A imagem dele lhe vinha à mente em fragmentos involuntários. O som da voz dele. A forma como dizia “boa menina” com aquela gravidade que arrepiava a alma. O modo como sua presença tomava o ar ao redor. Giovanni não era só um homem, era um evento. Uma força. Um abismo ao qual ela tinha se lançado com os olhos bem abertos.
Foram quatro dias. Quatro dias desde a última vez que o viu. Ela engoliu em seco, sentindo o calor da lembrança subir do ventre até a garganta.
Estav