A separação das mulheres que são consideradas "deusas" é feita por Kay, um indiano de fala suave e olhos frios.
Desde pequenas, quando chegamos aqui, somos moldadas para ceder a qualquer desejo do nosso futuro dono.
É um processo longo, silencioso e cruel. Mas é feito.
Observo pela parede de vidro enquanto Kay orienta uma das meninas na dança. Seu olhar é glacial, preciso. Ele não sorri, não elogia apenas exige.
A menininha loira, com os ombros encolhidos, tenta se endireitar, mas não atinge a perfeição que ele quer. Em um movimento rápido, Kay ergue o keisaku e o desce com força sobre suas costas.
O som seco do impacto reverbera pelo salão, seguido pelo ar preso no peito da menina, que sequer ousa chorar. Ela apenas abaixa a cabeça e tenta de novo.
Essa é a primeira lição aqui: dor não é punição. É método.
E quem não aprende rápido... desaparece.
As outras meninas assistem tudo com os olhos arregalados, imóveis como bonecas partidas. O medo escorre delas como suor, impregnando o ambi