Vicent sempre foi um andarilho, um belo e corajoso andarilho. Sempre soube que era um filho adotivo e nunca teve nenhum problema com isso. Afinal, melhor pais adotivos do que ser um órfão. Corajoso, rude e, sem nenhuma boa maneira, este é Vicent, o labioso criminoso agora mais procurado de Kahabe, pois teve o seu caminho completamente revirado ao conhecer a doce, bela e misteriosa Lívia, quem vai ter que proteger com garra e suor, em troca de recompensas em ouro. O rei de Marlenout procura pelo seu filho há vinte e seis anos, que foi abandonado pela rainha quando ainda bebê. Há boatos de que a rainha está viva, será?
Ler maisVicent
Quase todas as minhas lembranças são animadas, quando não é para bem, é para mal.
E aqui estou eu, fugindo à cavalo do estabelecimento que acabei de assaltar, e com um sorriso no rosto por ter conseguido uma boa quantidade.
Eu não sou herói, apesar de bravo e corajoso, sou um vilão. Talvez se sua vida tivesse sido diferente, quem sabe eu não poderia ter sido um cavaleiro real?
Mas eu não reclamo, eu gosto da minha vida como ela é.
- Oshi, e desde quando eu preciso dessa quantidade toda? Peguei por vocês, quero lhes ver bem. - entrego a quantia toda para os meus pais.
- Isso será o suficiente para irmos embora. - Nardina, minha mãe.
- Não posso esperar para retornar à Kahabe, lá sim iremos viver bem. - meu pai parece sonhar acordado, provavelmente sonhando com riquezas e mais riquezas.
Ambos, meu pai e minha mãe, são loiros, Nardina é uma senhora açoitada pelas marcas do tempo, mas possui uma vaidade surreal com os seus dentes, já o Pedro, é muito conservado para a sua idade, apesar de ser dois anos mais velho que sua companheira, aparenta ser bem mais jovem que ela.
- Como vocês sabem, pretendo criar o meu próprio caminho, espero que esse quantia lhes sirvam por um bom tempo, preciso de um bom tempo pra retornar a pegar emprestado, uma quantia tão alta.
- Não seja tolo, filho, em Kahabe haverá abundâncias pra você roubar, duvido que irá se conter. - meu pai diz rindo com o olhar longe, provavelmente ainda sonhando com a possibilidade de enriquecer-se.
Minha mãe parece vizualizar os pensamentos do marido.
Eu, às vezes, sinto uma raiva interior, sem motivo algum, sou grato por minha vida, eu sei que poderia ter sido muito pior se eu não fosse adotado por Pedro e Nardina. Essa raiva eu sinto involuntariamente, e isso me faz ter comportamentos brutos, principalmente com estranhos e agora algo me preocupa: já estou na idade de me casar e construir uma família, porém, como eu poderia submeter uma moça à aguentar o meu mau humor pela vida toda? E mais, submeter um moç a à uma vida fugindo comigo?
Lívia
Meu nome é Lívia, estou há doze anos preza nesse mosteiro. Me sinto uma pecadora por não ter vocação religiosa, graças que eu realmente não preciso ser uma irmã.
Eu sou a princesa Lívia Girland, irmã do príncipe Arthuro, filha de Garth e Bessa, o rei e a rainha de Kahabe. Então, na hora certa deverei me casar com um pretendente vantajoso para o trono.
Qualquer coisa, menos ficar aqui. Por favor!
Não que eu não goste totalmente, aqui tem os momentos bons: quando estou dormindo, quando estou comendo e, quando estou lendo os livros contrabandeados da minha amiga, leio os livros escondida pelo vasto e colorido campo do mosteiro.
Doze anos... Já fazem doze anos que eu não piso os meus pés em Luzem! Eu tinha apenas oito anos quando meu pai me deixou aqui com o argumento de que minha reputação precisa ser preservada, um mal entendimento qualquer pode estragar toda a minha vida, não sei o motivo de ele ter tanto medo de que algo aconteça com a minha reputação, mas, o fato é que ele prometeu me casar aos vinte anos! E aqui estou eu, completei meus vinte anos. E continuo aqui, nesse tormento. Se pelo menos eu tivesse algum laço fraternal com as irmãs, mas, não... Estar aqui realmente não é bom.
- Irmã Lívia? Terminou as suas orações da tarde?
- Ainda não, irmã Sara.
- Pois apressa-te, ainda tens de limpar os bancos próximo ao altar de diamantes.
- Logo irei, irmã Sara, logo irei.
Irmã Sara revira os olhos.
Pelo menos as orações me permitem enrolar.
Odeio limpar as coisas, principalmente quando nunca parece estar limpo o suficiente. As irmãs sempre mandam eu limpar mais uma vez. Arg.
Mal espero pra poder sair daqui, conhecer o mundo e explorar outras atividades. Sonho em usar belos vestidos e passear por Marlenout, o país além do oceano. É óbvio que antes eu quero conhecer o meu próprio país.
Ah, como anseio sair daqui. Estou ansiosa pela chegada dos meus pais. Eles vem me ver todos os meses e, amanhã eles virão.
Liberdade. É só isso que eu quero.
Possuo a educação esperada para uma princesa e esposa da realeza. Me sinto totalmente preparada para enfrentar o meu destino. Mal espero sair daqui com os meus pais e então ter uma vida normal, bom, o mais próximo do normal possível.
(...)
- Pai, mãe! Não fazem ideia do quanto eu estava ávida pela visita esplendorosa de vocês!
- Fazemos ideia sim, filha. - Minha mãe diz sem rodeios.
Minha mãe é uma mulher jovem, tem trinta e nove anos, casou-se com o meu pai por questões políticas e ele já tinha bastante idade. Meu pai é um velho senhor charmoso. Me entristece o fato de não ter convivido com eles como toda criança e jovem deveria. Mas sou grata por saber que fizeram o que consideram melhor pra mim, e eu venci. Agora é só sair daqui.
- Bom, eu me expressei de forma errada, na verdade eu estou ávida por ir embora com vocês! Este lugar aqui é enorme e tenho muitos afazeres, não posso dizer que fico à toa, mas, os senhores sabem, fiz vinte anos, já posso ir morar no Palácio, com vocês!
- Minha filha, olha...
- Eu sei, só até eu me casar, mas o que eu acredito será em breve... E sobre o que eu falei antes de estar ávida em sair daqui eu não quis dizer que eu não estivesse ávida em receber as suas visitas... Porque...
- Sabemos querida.... Sabemos... - Meu pai me interrompe. - Sabemos o quanto você deseja ir pra casa, conosco, mas...
- Mas? Tem um mas? - Pergunto começando a sentir a ansiedade tomar conta das minhas veias.
- Ainda não decidimos quem será o seu noivo. - Minha mãe completa.
Fico perplexa.
Não que eu deseja me casar o mais rápido possível, mas, eu desejo sair daqui o mais rápido possível!
- Como assim? Eu fiz vinte anos! Eu fui uma boa filha e fiquei aqui por longos doze anos sem reclamar!
- Você reclamava sim, querida.
- Sério, mãe? Eu resmungava às vezes, mas vocês sabem muito bem que eu nunca questionei!
- Filha, acredite! É para o seu bem! Você não vai querer que algo de ruim aconteça à você, vai?
- Pai! O que de tão ruim poderia me acontecer? Como o Arthuro não precisa ficar aqui? Por que só eu?
- Seu irmão não corre o risco de ter a honra manchada. - Meu pai diz a mesma desculpa de sempre.
- Eu não sei o motivo de você ter esse medo todo, meu pai, mas, eu lhe imploro! Tire-me daqui! Eu estava contando os dias para completar os meus vinte anos! - Peço sentindo uma falta de ar conhecida por mim.
-Acalme-se filha! No mais tardar, só mais um ano! É esse o tempo que iremos demorar para o seu pai decidir qual é o melhor pretendente para o nosso reino.
- Pensei que eu fosse a noiva, não Kahabe.
- Não seja imatura! Você sabe muito bem quais são os seus deveres com o nosso reino.
- Se vocês não conseguiram encontrar alguém doze anos, não acho que irão se decidir em apenas um. - Digo desanimada.
- Seja uma boa menina e continue os seus ensinamentos com as irmãs, que lhe tratam tão bem e possuem afeição por você.
- Elas me odeiam!
- Não diga isso! - Minha mãe da um tapa no meu rosto.
Isso é o suficiente pra eu me sentir envergonhada.
Eu devo ser a pior filha do mundo.
*Arte da capa: Sabrina Almeida (@sabryniedesign)
VicentEstou em pé, esfregando uma mão à outra enquanto aguardo ansioso pela chegada de minha amada. Observo tudo à minha volta e ainda não consigo acreditar que tudo isso esteja acontecendo comigo. Eu tenho um pai que me ama, se preocupa e me ajudar a ser um bom homem e a tomar boas decisões, tenho uma mãe linda e bondosa que me protege com ternura e me instrui ao caminho da luz, tenho irmãs, tenho uma doce avó, tenho companheiros como Sir Filipe e sua família... e como se não bastasse tanta coisa boa, tenho a Lívia... eu sei que a tenho porque nesse exato momento ela está caminhando lentamente em minha direção... tão linda que eu não me aguento e lágrimas começam a descer de meus olhos...Lívia usa o cabelo preso em cima da cabeça, deixando uma pequena porção de cachos caindo para
LíviaHoje eu acordei eufórica, finalmente chegou o dia pelo qual ansiosamente eu esperei a vida toda: o meu casamento. Os quatro meses que se passaram foram intermináveis, entretanto, aproveitei a companhia dos meus pais e até me aproximei um pouco mais do meu irmão, aquele cabeça dura, e apesar da saudade do meu amado, eu fiquei bem, pois eu sabia o que viria depois da longa espera: o tão sonhado "felizes para sempre" e nesse intervalo o meu coração se encheu de alegria quando eu recebi a primeira carta de amor, depois dessa vieram muitas outras, acredito que Vicent me escrevia todos os dias. Visitei as irmãs, principalmente a minha querida companheira de longos anos, fui tratada por todos bem melhor em um dia do que eu fui a vida toda, com a exceção da Raquel que sempre me entendeu, estive pensando que talvez seja porque agora não sou mais uma irmã, e sim a princesa de Kahabe. Meu pai resolveu facilmente a queb
⚠️Cenas de violência! ⚠️HadassaEstou junto de minha sogra, a queridíssma rainha Hadassa, falamos sobre as diversas ideias de como me vingar do homem que em breve será julgado.- Eu o esfolaria, cada centímetro de pele dele seria arrancada lentamente...Sorrio com a ideia.- Ainda assim, não seria o suficiente... se você soubesse, minha sogra, - pisco os olhos tentando não deixar a lágrima escapar.Respiro fundo para afastar o nervosismo.Eu fui estuprada diversas vezes, de inúmeras formas, fui espancada e privada da luz do sol, vivi entre as minhas próprias fezes, vivi pior que um animal, eu me surpreendo de ainda ter a minha sanidade...Como fazê-lo pagar? Não acho que exista algo à altura que o fará sofrer o suficiente.- Temperar o membro sexual dele e o amarrar enquanto um cão raivoso devora o órgão.
Lívia— Você não sabe o quando é difícil para mim ter que deixá-la, Lívia, mas é algo temporário, logo estaremos juntos novamente e nada, realmente nada será capaz de nos separar — Vicent murmura em um abraço, beijando o topo da minha cabeça.— Fique aqui comigo, até amanhã cedo, desde que nos conhecemos passou tanto tempo, tem tantas coisas que eu gostaria de te contar... ninguém irá descobrir.Vicent me encara com olhos divertidos, tentando entender a minha mensagem, como se eu não tivesse sido clara.Tenho certeza de que estou corada, sinto o meu rosto em chamas.— Não estou pedindo para que você me possua, Vicent, estamos muito além disso, — afasto-me dele e vou até a minha cama, me sento e bato a mão no colchão, convidando-o à se sentar também.Enquanto caminha até mim, Vicent dá um sorriso de lado e, espera, estou notando uma certa timidez?
LíviaQuando a ceia acabou eu me apressei para voltar aos meus aposentos e me preparar para receber o Vicent, lavei as mãos e higiebizei a minha boca da melhor forma possível, eu quero estar cheirando à flores, até pensei em trocar o vestido, entretanto temi parecer desesperada, coisa que eu de fato estou.Durante a ceia eu tentava a todo momento interagir e me sentir parte da conversa com os presentes, mas confesso que por dentro de mim eu só pensava em Vicent e no que ele faria comigo se eu deixasse a porta aberta. Evitei olhá-lo, e nas poucas vezes que eu o fiz ele não perdia a oportunidade de me encarar com aquele sorriso arrebatador, exibindo os belos dentes brilhantes, ele sorria tanto que parecia ter ganho alguma coisa, como se tivesse sido presenteado.Vicent, será que finalmente eu o terei para sempre?Ando de um lado para o outro em volta da minha cama esperando pela batida na porta que nunca chega.<
LíviaAs últimas horas foram de muita reflexão sobre a minha vida e tudo o que tem me acontecido. Pensei em como sou diferente de todo mundo, penso diferente e desejo coisas diferentes, mas que de certa forma eu posso conseguir, se eu for forte e não ceder.— Princesa, deseja mais um pouco da fragrância?— Não, já estou usando o suficiente, além do mais não quero chamar a atenção, você acha que eu chamarei a atenção vestida como estou?— Vossa alteza chamaria a atenção mesmo se vestisse as minhas vestes.— Não seja tão gentil — balanço a cabeça, lisonjeada com esse comentário.Estou preparada fisicamente para a ceia, meu pai solicitou a minha presença depois de dias sem me juntar à eles na mesa.Ótimo, estou preparada psicologicamente também.(...)Já estou adentrando no salão da ceia e algumas pessoas já est
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