— Ana Oliveira! Você sabe o que está dizendo?
Rui gritou, pela primeira vez usando meu nome completo. Eu vi a expressão em seu rosto se partir, e ele perdeu o controle, não conseguindo mais conter suas emoções.
Com as mãos firmemente agarradas nos meus ombros, ele me sacudiu com força.
— Foi o Bruno que te disse algo? Aquele desgraçado te ameaçou!?
— Não, não foi...
Balancei a cabeça, e sem querer, vi aquele homem tão orgulhoso diante de mim desmoronando de tal maneira. Quando meus olhos encontraram as lágrimas nos dele, a minha visão também se turvou.
Mas eu realmente não sabia o que fazer.
Quanto melhor Rui era comigo, mais eu me sentia culpada, culpada por não conseguir retribuir os mesmos sentimentos a ele.
Isso não era justo para ele.
Porque eu percebi que, sempre que via o Bruno, as ondas dentro de mim se agitavam muito mais fortes do que quando olhava para Rui.
Eu ainda não havia superado o passado. Não importava se fosse amor ou ódio, claramente aqueles sent