Capítulo 286
A atmosfera pesada pareceu se aliviar inexplicavelmente ao ver o nome de Rui.

Pedi para Zeca voltar para o hotel primeiro, enquanto eu permanecia sob as luzes de néon da rua e atendia sua ligação.

— Ana. — A voz suave de Rui ecoou no fone.

Sorri e disse:

— Por que se lembrou de me ligar? Não está ocupado?

— Sim. Senti sua falta.

Dei uma risadinha e, sem querer, olhei para a lua.

— Você está em casa ou na rua?

Ele ficou em silêncio por dois segundos e respondeu:

— Na rua, estou a caminho de casa.

— Então olhe para o céu. A lua está tão cheia hoje que é como se estivéssemos juntos, olhando para a mesma lua.

Rui sorriu levemente, mas não respondeu. Um suspiro suave, quase imperceptível, chegou até mim.

Meu sorriso foi se desfazendo lentamente. Algo parecia errado.

Rui estava quieto demais, muito diferente de sua habitual agitação.

Com um tom descontraído, tentei sondá-lo:

— Há uma estrela brilhante ao lado da lua, viu?

Rui não respondeu.

— Ana, vamos fazer uma chamada de vídeo.

Meu coraçã
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