Luz ainda estava dizendo algo pelo celular, mas suas palavras já não chegavam até mim. O celular escorregou da minha mão.
Parecia que o tempo havia desacelerado em um piscar de olhos.
Sem pensar, dirigi-me automaticamente ao escritório. Ao ver os documentos e arquivos que cobriam a mesa, me lembrava de todo o esforço que eu tinha colocado naqueles últimos dias. Uma onda de amargura começou a tomar conta de mim.
Cada um desses arquivos, que eu tinha analisado e estudado incansavelmente, agora se transformava em flocos de neve que caíam lentamente do céu.
Esses flocos caíam sobre mim, um após o outro, e pareciam ter um peso infinito. Meu corpo foi ficando cada vez mais pesado até que minhas pernas não suportaram, e me deixei cair no chão, sem forças. Aos poucos, esses flocos de neve me cobriram completamente.
Deitada no meio dessa ruína, tentei pensar, refletir... mas não consegui encontrar respostas.
Por quê?
O que Bruno queria de mim?
Por que ele estava fazendo isso?
No centro de tudo,