Segunda-feira cedo, Sofia já estava na PUC, sentada no gramado entre uma aula e outra, com o laptop aberto e um caderno cheio de rabiscos ao lado. A ressaca do fim de semana havia passado, mas a determinação só crescera. Ela passava as horas livres pesquisando: leis sobre coerção em contratos, reportagens antigas sobre cassinos clandestinos em São Paulo, nomes de jornalistas investigativos que já haviam denunciado agiotagem e lavagem de dinheiro no agronegócio.
No bloco de notas do celular, uma lista curta, mas perigosa:
Organizar as gravações e fotos que Lucas fez na fazenda.
Identificar os seguranças armados (placas de carro, tatuagens, qualquer detalhe).
Procurar brechas jurídicas — advogado criminalista de confiança?
Contato de imprensa que não tenha medo dos Monteiro.
Proteger a mãe e a casa (as “garantias” que o sogro mencionou).
Ela mandava mensagens para Lucas a cada descoberta pequena: links de matérias, nomes de repórteres, ideias malucas. Ele respondia rápido, sempre com al