“Martim Monterrey”No final das contas aquele jantar não tinha sido tão ruim. Melhor ainda foi levar a minha insuportável para a cama, ela estava divertida, cheia de energia e especialmente carinhosa, como se precisasse tocar todo o meu corpo. E essa manhã ela me convenceu a passar direto pela cozinha e tomar o café da manhã no escritório, ela não queria ver a Magda.Eu estava virado para a tela do computador e um sorrisinho no canto da boca, mas eu não via o que tinha em minha frente, eu via a Abigail na minha memória, tal como esteve na noite anterior, nua em meus braços, seu rosto corado e a respiração entrecortada depois do orgasmo em que ela gritou o meu nome. Eu podia ver o desejo brilhando nos olhos dela e o meu coração batia desenfreado, ansioso. E foi assim que ela me pegou em minha sala.- Ah, mas eu daria qualquer coisa pra saber o que te faz sorrir assim, ursinho. – Ela entrou e parou em minha frente estreitando os olhos.- Qualquer coisa? – Eu perguntei e o meu sorriso fi
“Maurice Lanoy”Eu ainda estava tentando entender o que estava acontecendo com a minha empresa. Nós estávamos muito bem estabelecidos no mercado, sólidos, nunca tivemos problemas com fiscalização e agora eu estava com quatro obras faraônicas prestes a serem embargadas. O pior é que todos eram clientes que eu havia tirado da Monterrey Quintana desde que a Mônica veio trabalhar comigo, se eles descobrissem iriam atrás dos clientes de novo.Mas o problema é que eu estava descapitalizado, assumi muito mais obras do que poderia aguentar com meu próprio capital e isso significou um baque no caixa, afinal, para roubar os clientes da Monterrey Quintana eu havia oferecido receber o total do contrato na entrega das obras e eram contratos milionários. Eu pensei que seria fácil conseguir aporte financeiro dos bancos, mas um a um todos começaram a negar, disseram que eu tinha obras demais em andamento e que isso deixava a minha empresa em risco alto.- Maurice, temos problema com mais uma obra. –
“Enrico Mendonça”Ai, como era bom sair um pouco daquela casa! Aqueles irmãos do Martim eram completamente doidos, embora as garotas fossem gatinhas. Mas agora eu tinha uma missão a cumprir para a mamãe, conquistar a namoradinha do Emiliano e fazer daquele mané o corno da rodada. A mamãe até me deu dinheiro para alugar um carro, o que ia facilitar muito a minha vidinha de playboy. Assim, com o carro alugado, era hora de ligar para a Camilinha!- Oi, gatinha! – Falei quando ela atendeu ao telefone. – É o Rico, irmão da Abigail. Você falou que eu poderia te ligar, que você me mostraria uns lugares legais na cidade.- Ah! Oi, Enrico, como vai? Não imaginei que você fosse ligar tão rápido. – Parecia que a Camila não esperava que eu ligasse nunca. Eu quase ri.- É que aquela casa da Abigail é muito chata, aquele bando de irmãos do Martim são uns folgados. – Eu falei em tom manhoso, para ver se ela ficava com pena de mim.- É, eles são sim. – Ela concordou, mas não parecia muito disposta a
“Mônica Vargas”Cá entre eu e eu mesma, o Maurice era um idiota! Não sabia nem gerir uma empresa! Ainda bem que eu estou tratando de me precaver, porque do jeito que vai, isso aqui vai desandar. Eu até pensei que ele era mais esperto, pensei que eu poderia acabar virando dona dessa empresa e acabei jogando meu charme pra ele que caiu mais rápido do que eu pensei. Mas ele acabou me transformando na amante e se casou com uma riquinha, uma das filhas do dono da empresa de concreto que nos atendia. Fazer o quê, me convinha continuar com ele.Até que o Maurice era um tipo bonito e interessante, com aquele cabelo castanho partido de lado, alto e magro, quase como se tivesse saído dos anos cinquenta, as maçãs do rosto salientes e o nariz reto, tipicamente francês, tornavam o seu rosto atraente, mas seus olhos castanhos eram inexpressivos e não chamavam a atenção como os do Martim.Ah, o Martim! O Martim era outra categoria de homem, se bem que ele nem poderia ser chamado de homem, aquilo era
“Maria Luiza Melo”Enquanto eu lixava as unhas eu pensava, minha situação aqui na empresa andava muito delicada. Eu precisava ficar esperta, não podia perder o emprego. E não era por causa do salário que eu recebia aqui na Monterrey Quintana não, era por causa do extra que a Mônica me pagava para passar as informações pra ela. E ela tinha prometido me contratar como assistente dela na Lanoy assim que eles acabassem de vez com a Monterrey Quintana. Um salário muito melhor!Mas desde que essa chata da Abigail chegou que tudo ficou mais difícil pra mim. Primeiro o Emiliano a defendia como se ela fosse uma santa, o Martim não gostava dela, mas também a defendia sempre que ela não estava por perto, o que eu nunca entendi. Aí, de repente, assim do nada, ela e o Martim aparecem juntos e se casam. O que essa mulher tinha? Eu não conseguia entender.Mas agora, eu precisava tomar mais cuidado. A Mônica havia me garantido de que não iria demorar muito mais para que ela me tirasse daqui, mas se e
“Martim Monterrey”Que dia longo! Eu estava louco para chegar em casa e tomar um banho, mas quando parei o carro em frente a minha casa, notei que tinha um carro a mais ali. Eu estava cansado demais para visitas.- Conhece esse carro? – Perguntei para a Abigail que olhou bem e balançou a cabeça em negativa. Eu passei o braço em sua cintura e a puxei para um abraço.- Está tudo bem? – Ela perguntou no meu ouvido.- Só estou um pouco cansado, minha insuportável! E quando entrarmos nessa casa, provavelmente ela vai estar parecendo um asilo de loucos. – Eu suspirei e ela me apertou um pouco mais junto de si.- Me desculpe por isso. Eu tirei a sua paz e... – Ela estava se desculpando, mas nada era culpa dela.- Ei, ei! Não! Não é sua culpa se o seu pai se casou com uma interesseira que tem um filho acomodado e o seu pai deixou o testamento mais louco que eu já ouvi falar. – Eu segurei o seu rosto para que olhasse pra mim.- Mas ela não estaria aqui se não fosse por mim. – Ela emendou.- El
“Abigail Zapata Monterrey”Eu nem queria sair daquele banho com o Martim, estava tão bom que eu poderia ter passado a noite naquele banheiro. Mas nós saímos e quando abrimos a porta do quarto tinha duas coisinhas fofas esperando por nós, Pavê e Matilda estavam de prontidão, sentadinhos em frente a porta.- Oi, meus lindinhos! Vocês aprontaram com a bruxa hoje, hein?! A Abi está orgulhosa de vocês! – Eu me abaixei e brinquei com eles um pouquinho, fazendo festa em suas cabecinhas e eu podia jurar que a Matilda sorria.- Minha insuportável, você é péssima influência para esses dois! – O Martim riu.Nós olhamos em volta e parecia tudo limpo, também, pelo tempo que demoramos no banho dava para limpar tudo e ainda preparar o jantar. Nós descemos acompanhados pelos cachorros e eu achei estranho porque estavam todos ali, menos o filhinho da mamãe.- Que estranho, golpista geriátrica, o pintinho amarelinho foi embora e deixou a mamãe galinha sozinha? – Eu perguntei só para provocar, não dava
“Abigail Zapata Monterrey”Depois de arejar a cozinha e conseguirmos terminar a louça, o Martim e eu ficamos conversando com os irmãos dele na sala, mas eu havia notado os olhares da Pilar e da Nat pra mim desde que cheguei, parecia que elas queriam me dizer alguma coisa, mas não tinham coragem. Então eu decidi acabar com o sofrimento delas.- Pipa, Nat, vêm comigo preparar um café? – Eu chamei e elas se levantaram rapidamente, eu quase ri, porque na pressa elas trombaram uma na outra e me seguiram até a cozinha quase correndo abraçadas.- Abi, o que você está achando da vida de casada? – A Nat me perguntou como quem não quer nada, mas estava tão ansiosa que parecia querer tudo.- Se a noiva do chuck não estivesse aqui, eu diria que a vida de casada é perfeita! – Eu sorri para elas, enquanto colocava a chaleira debaixo da torneira. – Mas vocês duas querem me falar alguma coisa, eu já percebi, então vamos lá, falem ou perguntem, sei lá.- Abi, é que eu queria te perguntar uma coisa. On