A quietude da biblioteca tornara-se um refúgio para ambos. Longe dos olhares curiosos da equipe da casa e da formalidade opressora dos eventos sociais, era ali que Mary e Ethan encontravam um espaço para uma comunicação mais genuína, ainda que cautelosa.
Na noite seguinte à tempestade, após um jantar surpreendentemente tranquilo, eles se encontraram ali novamente, como se um acordo tácito os guiasse para aquele santuário de palavras e silêncios compartilhados.
Ethan estava sentado em sua poltrona de couro habitual, um livro de capa escura repousando em seu colo, mas seus olhos estavam fixos na lareira crepitante. Mary se aproximou lentamente, sentando-se no sofá a uma distância respeitosa.
A tensão da noite anterior ainda pairava sutilmente no ar, uma eletricidade silenciosa que nenhum dos dois ousava dissipar completamente.
"Não está conseguindo dormir?" Mary perguntou em um sussurro, quebrando o silêncio morno da sala.
Ethan desviou o olhar do fogo, seus olhos encontrando os dela.