Ao carregar Clara em meus braços, não pude deixar de notar o quanto ela parecia frágil e vulnerável naquele momento. Sua expressão envergonhada e as lágrimas que ainda brilhavam em seus olhos me fizeram sentir uma pontada de arrependimento por tê-la colocado naquela situação constrangedora.
Entrei no consultório do meu dentista particular, que já nos aguardava. Quando chegamos, Clara deu dois leves tapinhas em meu ombro, emitindo um som suave com a garganta, como se me lembrasse que ainda a estava carregando.
— Oh, desculpe-me — disse, colocando-a delicadamente no chão. Ela ajeitou a roupa, o rosto completamente corado como um pimentão.
— Doutor, peço perdão por estarmos aqui a esta hora, mas é um caso urgente — expliquei, sentindo a necessidade de me justificar.
— Não se preocupe, meu amigo — respondeu o dentista, com um sorriso tranquilizador. — Vamos atender a senhorita imediatamente.
Ele então conduziu Clara para a sala de atendimento, e eu os acompanhei, determinado a garantir qu