Bom dia, Fominhas, tudo bem?
Gostando dessa história? É muito importante que vocês comentem e avaliem, se não a plataforma não a indica para mais ninguém. Agradeço muito a cada um que está lendo CDS.
Também vou aproveitar esse espaço para indicar o livro da minha amiga Flavia Saldanha que está disponível aqui na plataforma.
Se chama "A prostituta e o mafioso" e é perfeito se está curtindo essa leitura.
Vão lá dar uma força a ela!
***
Aleksandra
Não somos apenas mulheres trabalhando em um mesmo ramo. Também somos vítimas de um mundo onde somos menos do que o asfalto onde os homens pisam, e sabemos bem que a única forma de tentar igualar isto é com o poder trazido pelo dinheiro, a matança é a parte divertida da equação.
Natascha começa a chamar uma mulher de cada uma das duplas e Tasya e eu somos mantidas no banco, já que sempre é bom dar uma descansada na imagem apesar de todos os artifícios usados para esconder a nossa identidade em missões.
Valentina balança a sua pasta para mim sorrindo felicíssima.
— Tenho certeza de que o alvo dela é um cara gostoso — murmura Tasya ao se inclinar na minha direção olhando para nossa amiga que sabe bem sobre o que a outra fofoca.
— Já matamos caras gostosos, lembra do sujeito em Macau? Quase não saia de cima dele — a recordo, mas finge uma leve loucura nesses momentos. — Está com tanta vontade? Podemos falar com a Natascha se quiser.
— Você é incrível, mas respeito nossas regras, então vamos aguardar nossa vez — arrazoa e eu concordo. — Além disso, tenho que levar minha irmã na escola, assustar os sujeitos que olharem para ela, sabe como é.
— Tasya, sua irmã tem quatro anos — pontuo, contudo não faria diferença para ela, sabe bem o que homens podem fazer, independentemente da idade, grau de parentesco ou o que for.
No final, somos aquelas que acabam fodidas.
— Por isso mesmo, tenho que ensiná-la desde cedo, assim nunca vai precisar passar por nada parecido com o que vivemos — diz, e eu não poderia deixar de concordar com a parte de não querer que sofram, é em tudo que penso quando visualizo o futuro dos meus filhos, posso fazer qualquer coisa por eles, é o mesmo para ela.
— Quando ela tiver mais idade a coloque com as lagartinhas que tentam virar borboletas — ri pela minha comparação, mas é assim que somos, belas borboletas que tiveram suas vidas como lagartas interrompidas tendo que aprender a liberar seu veneno para não serem engolidas por predadores.
— Apenas não quero influenciá-la a ser mais como eu — discorre cautelosamente. — Não somos bons exemplos Alek. Podemos ser ótimas nisso, mas não bons exemplos.
— Tiraram de nós a chance de sermos boas — lembro-a. — Agora tiramos suas vidas e seu dinheiro.
— Você é a mais esperta de nós — brinca e vejo Natascha vindo em nossa direção, me pergunto se acabamos atrapalhando suas explicações e noto que conversamos tanto que não notei que as outras foram dispensadas enquanto fomos mantidas aqui.
— Bem animadas — profere Natascha.
— Com a conta cheia posso rir até amanhã de manhã — zomba Tasya tirando uma risada da mulher que apesar da idade ainda exala jovialidade. Poderia dizer tranquilamente que é como uma mãe para nós.
— Seja cuidadosa com seus gastos ou vai precisar continuar trabalhando até na minha idade — Tasya ri, de verdade, pois sabe que não somos as únicas trabalhando, que assim como nós usa a imagem de senhora podre de rica para cometer muitos assassinatos também, não somos as únicas que podem interpretar um papel.
— Não se preocupe, estaremos mais ricas que você nessa idade — Natascha sorri ao concordar. — Quem nos contratou ficou feliz?
— Ele queria o velho morto, deram isso a ele — O que não significa que a pessoa ficou feliz, mas duvido que possam rastrear qualquer uma de nós, então, se desgostou de alguma coisa vai fazer isso em sua própria banheira cheia de sais.
— Deu um cara gostoso para Tina e para Ivanna?
— Por que está preocupada com a aparência dos alvos? — Ri a mulher como se não conhecesse o desejo de Tasya de manter seus padrões elevados na hora da matança. — É uma mulher, podem perguntar a ela em casa.
— Ih, acho que ela nunca viu outra boceta além da nossa — Não consigo segurar o riso e cai na gargalhada, Natascha segue pelo mesmo caminho ao não consigo prender o riso. — Estou falando sério, e se for preciso fazer uma coisinha e ela não conseguir?
— Tenho certeza de que ela não precisa disso para chegar perto de ninguém — digo tentando deixar minhas palavras claras, já que continuo sorrindo muito ao imaginar a cena, contudo, Tina não é considerada como uma fada por acaso. Porém, também é ardilosa o bastante para sair de qualquer situação.
— Pare de pensar sobre o caso de outra pessoa e vai terminar essa maquiagem, está quase na hora do show e pelo que soube hoje teremos muitos convidados vips — conta-nos o que deixa Tasya completamente ouriçada na esperança de ter algum homem bonito para se tornar sua presa antes de a noite acabar.
— Paradise está ficando cada vez mais badalada, não é estranho que mais pessoas venham lhe dar dinheiro — diz, mas não é só isso, por ser um lugar limpo de influência de qualquer máfia se torna um centro onde jovens podem gastar dinheiro sem se preocuparem com alguém invadindo a tiros para acabar com a sua noite.
— Fico muito feliz das minhas meninas fazerem sucesso — discorre alegremente. — Agora vão, as duas estrelas da noite não podem se atrasar.