Contrato de sangue - Família Sokolov - Livro 1
Contrato de sangue - Família Sokolov - Livro 1
Por: L. S. Santos
01. Bela atriz, parte 1

Abu Dhabi, Emirados árabes

Aleksandra

— Está em posição? — pergunto ajeitando meu corpo contra o chão enquanto verifico se a mira da arma está no ponto. O chiado estranho do fone com defeito faz com que eu queira matar Tasya por não ter comprado novos para nós. O ruído faz com que meu cérebro reclame e com que minha boca solte palavras ásperas.

Tasya é uma ótima companheira, uma parceira excepcional, mas nisso ela ficou devendo dessa vez, contudo, considerando o quanto está se irritando ao ser a isca para o nosso alvo posso considerar como uma colher de chá que lhe darei.

— Em posição — responde-me a safada desavergonhada ao entrar no banheiro sorrindo como a bela megera que é.

Brevemente a porta é aberta pelo sujeito pançudo que não poderia resistir a beleza dela. Nenhum homem poderia e Tasya faz um uso esplêndido disso. Ponho o sujeito na mira enquanto se agarra indiscriminadamente na mulher que finge com maestria estar desejando dar para ele.

Se tem uma atriz melhor entre nós eu tenho que ver para crer.

No momento em que o ser avido por sexo com uma mulher gostosa começa a retirada de peças meu dedo desce para o gatilho ao acertar em cheio a sua cabeça.

Com um único tiro sua vida se foi, mas os xingamentos de Tasya continuam insistentemente enquanto desmonto a arma habilmente com ela começando a gritar para alertar os seguranças sobre a morte do homem e é uma atriz de fato invejável ao falar sobre como de repente os miolos dele acabaram sobre seu corpo.

O tempo em que leva para ser a distração estou me retirando do prédio com o corpo um pouco travado pelo tranco da arma. Meu tempo fora fez com que meus músculos esquecessem qual é a sensação, mas a maravilha de derramar sangue a distância nunca seria esquecida por meu coração.

Mantendo a pose de mulher rica que fingi ser nos últimos dias caminho devagar após descer as escadarias de incêndio levando minha arma muito bem escondida dentro da mala em meio as minhas roupas íntimas.

Levará um tempo para que Tasya saia do hotel onde está, uma vez que estava com o ser assassinado, contudo não posso aguardar o mesmo período que ela, dado que não podemos ser ligadas de modo algum. Então, pegamos aviões diferentes, caminhos e até pousamos em destinos separados antes de voltarmos para casa.

Saio do hotel com a minha mala Prada sendo puxada tranquilamente mesmo que não haja muitas roupas dentro dela, somente o suficiente para esconder o compartimento secreto até que eu possa me livrar da arma usada para o crime.

Em meu ouvido continua a soar as palavras cortadas e o choro desenfreado de Tasya. Os homens sentirão tanta pena dela que sequer notarão quando ela sumir. É sempre desse modo e quem se preocupa com uma prostituta?

O táxi logo para próximo aos meus pés e o vejo colocar a mala cuidadosamente no porta-malas por ver não só nela, mas nas roupas de grife que uso que não pode ter sequer um arranhão nela.

Hoje mais um trabalho foi feito com sucesso.

***

Três dias depois

Moscou, Rússia

— Da próxima vez você vai ser a vadia — fala-me Tasya injuriada. Desde que voltamos continua a reclamar do sujeito que já está morto.

Reclama do cheiro, de como tentou a apalpar inteira.

Tudo virou motivo para que reclame.

— Meu rosto ainda está inchado de todo o chororô falso. — Rezinga ao se verificar no espelho fazendo uso de maquiagem para esconder as imperfeições que não tem.

— Você queria que uma recém parida fingisse ser a prostituta? — pergunto e ela revira os olhos, pronta para montar o seu discurso e eu me nego a crer que esqueço que é tão boa nisso, em me rebater quando estamos conversando.

Quem sabe foi por esse motivo que nos tornamos parceiras.

— Seus lindos bebezinhos que tanto amo já vão fazer seis meses e eu posso ser uma assassina que ama contato, mas se eu ver outro velho barrigudo na minha frente não vou precisar de dinheiro para matá-lo — avisa e rio de sua colocação, por que não importa a situação não daríamos brechas para que ninguém descubra quem somos e o que fazemos.

— Você acabou de me ajudar a eliminar um chefe do tráfico escocês, sabe quantos crimes ele já cometeu? Se alegre — digo e volta a revirar os olhos.

— Estão falando demais, sabia? — pergunta Valentina ao adentrar no cômodo exclusivo para nós. — Natascha quer nos ver.

— Todas nós? — inquire Tasya e a baixinha acena ao afirmar.

Deixando a maquiagem de lado Tasya se levanta e faço o mesmo para acompanhar a nossa pequena fada.

— Ela disse o que seria? Acabamos de voltar. 

— Não acho que seja trabalho, apenas a Natascha de sempre — divaga Valentina e Tasya me olha exibindo o risinho de quem acha fofa a admiração que Tina possui por nossa chefe, e é com razão, já que é uma mulher incrível que consegue comandar essa organização de forma perfeita.

— A Natascha de sempre — repito e ela me cutuca nas costelas fazendo com que a xingue mesmo que sem querer.

Realmente é como o nosso docinho no meio das frutas podres, e talvez por isso seja uma das mais perigosas.

Quem desconfiaria de uma carinha de bebê?

Quando adentramos no elevador o subsolo começa a ficar mais próximo de nós até que saímos da caixa de metal e caminhamos em direção a sala de reuniões do nosso grupo.

Uma pequena e letal organização formada por mulheres com um único intuito: matar por dinheiro.

Natascha está sentada sobre seu pequeno trono e todas as outras estão espalhadas pela sala majestosamente grande criada para o nosso conforto.

E só precisamos colocar os pés dentro dela para que os assobios e palmas incessantes comecem a me levar a uma crise de riso enquanto Tasya está deslumbrada, gosta de receber reconhecimento pelo que faz, e este não é um trabalho que pode ser exposto.

— Calma garotas, não deixem elas envergonhadas — pede Natascha ao ajeitar o cabelo grisalho atrás da orelha, cruzando as pernas ao fazer um sinal de mão para que continuemos entrando. — Fizeram um bom trabalho — elogia quando nos sentamos.

— Foi fácil — assegura Tasya. — Ela continua com uma mira perfeita.

Natascha me olha perguntando a minha opinião, já que demorei a voltar ao trabalho após um parto difícil e não é simples arranjar quem fique com gêmeos por tantas horas, também tem a confiança... contudo, nosso prédio está cheio das melhores tecnologias.

— Foi realmente fácil, era um pervertido que não resistiu ao cheiro da Tasya — digo.

— Como está a mão? — perquire.

— Perfeita — asseguro e ela meneia a cabeça levemente.

— Hoje gostaria só de agradecer o trabalho de vocês, mas temos novas demandas, já que são tão boas no que fazem — fala ao se inclinar para pegar várias pastas escuras onde contém as informações dos próximos a serem mortos por nós. — E imagino que continuem a querer dinheiro.

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