Saindo do Restaurante, já voltando para casa.
O carro deslizava pela avenida iluminada, e Lara sentia cada segundo como se fosse um teste de resistência. O silêncio era denso, apenas quebrado pelo som suave da música ambiente do veículo. Leonardo mantinha os olhos fixos na estrada, mas suas mãos firmes no volante denunciavam uma tensão contida.
Lara, encostada no banco de couro macio, tentava controlar sua respiração. A lembrança do jantar ainda pulsava dentro dela — o modo como ele a olhara, como suas palavras carregavam segundas intenções, como seu toque de leve na mão, quando entregara a taça de vinho, lhe dera um arrepio que até agora não passara.
— Está calada demais — ele disse de repente, a voz grave e baixa, sem desviar os olhos da rua.
— Só estou… pensando — ela respondeu, a voz frágil, mas sincera.
— Pensando em mim? — ele a interrompeu, em tom provocador.
Lara engoliu seco. Abriu a boca para negar, mas não conseguiu. O silêncio foi sua confissão. Leonardo esboçou um sorriso