Capítulo 45

O clima estava insuportável. A sala, antes tão familiar, parecia um campo minado. Ninguém sabia onde pisar. O silêncio depois da fala da Rosa se estendia como um fio esticado demais, prestes a arrebentar.

Foi então que o Diogo deu um passo à frente. A expressão dele era séria, tensa. E, diferente do costume, havia dureza na voz quando falou:

— Chega.

Todo mundo se virou pra ele.

— Thomás, você vai sair do casarão agora. — continuou, firme. — Se quiser continuar vendo sua irmã e sua mãe, pode ficar no povoado. Em uma das casas da cooperativa, a gente dá um jeito. Mas aqui dentro, não mais.

Thomás abriu a boca, pronto pra rebater, mas Diogo não deu espaço.

— Eu não vou discutir. Não aqui, não agora. Você cruzou uma linha e eu não vou assistir quieto.

O sorriso sumiu do rosto do Thomás.

— E a Rosa… — Diogo virou-se para ela, com o mesmo tom firme, mas mais cuidadoso. — A senhora vai pra casa agora. Amanhã a gente conversa com calma.

Rosa hesitou. Seus olhos encontraram
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