Capítulo 11 – Sombras do Passado
Ponto de Vista: Dante Vasconcellos
Algumas verdades são como estilhaços: quanto mais fundo você cava, mais machucam.
E eu estava prestes a me cortar inteiro.
Lucas deslizou o notebook sobre a mesa com a cautela de quem carrega uma bomba. A sala estava silenciosa, exceto pelo zumbido da iluminação artificial e o som acelerado da minha própria respiração.
— Antes de abrir isso, Dante, eu preciso que você se prepare — ele avisou. — Nada do que está aqui muda o que você construiu depois… principalmente com ela.
"Ela", claro, era Helena.
— Mostra logo.
Lucas clicou no arquivo. A imagem tremia um pouco, como se tivesse sido gravada por uma câmera de segurança. E então… ela apareceu.
Beatriz.
Viva.
Num café em Lisboa, três meses depois do “acidente”. Cabelos presos num coque bagunçado, óculos escuros e um sorriso sutil nos lábios. Como se estivesse só... vivendo.
O tempo parou.
Meu coração, que se acostumou a doer sempre que ouvia o nome dela, agora parecia s