Capítulo 10 – Os Muros que Restam
Ponto de Vista: Helena Duarte
Voltar para a cobertura de Dante depois daquele beijo era como caminhar sobre uma linha tênue entre razão e desejo. A forma como ele me olhou, me segurou... era diferente. Menos CEO, mais homem. Menos contrato, mais verdade.
Mas ainda havia perguntas não respondidas. Sinais de que ele não me contava tudo.
Naquela manhã, fui até a cozinha, decidida a fazer café antes que Isadora aparecesse com bandejas e regras. Mas encontrei algo mais interessante no balcão: uma carta com a letra de Dante. Meus dedos coçaram de curiosidade.
“Para B.”
Antes que eu tivesse tempo de me perguntar se aquela letra era mesmo dele, senti o calor de uma presença atrás de mim.
— Vai me chamar de fofoqueiro se eu disser que pensei em ler? — perguntei, me virando devagar.
Ele estava ali, com o cabelo bagunçado e uma expressão indecifrável.
— Não. Vou te chamar de corajosa.
Dante tirou a carta da minha mão com delicadeza. E pela primeira vez, não desv