Capítulo 9 – Onde Dói Mais
Ponto de Vista: Helena Duarte
A dor silenciosa era a pior de todas. A que a gente não sabe onde começa, mas sente em cada parte do corpo. Era essa que me acompanhava desde a noite anterior.
Dante havia se fechado. Como uma porta pesada batendo na minha cara. E o pior: ele não negou quando eu disse que estava me apaixonando. Ele só... não reagiu.
Peguei minha bolsa, coloquei um casaco qualquer por cima do vestido leve e saí sem rumo. Eu precisava respirar. Precisava de um lugar onde a imagem dele não estivesse em cada canto.
Acabei indo parar na pequena livraria onde costumava trabalhar antes do caos chamado Dante Vasconcellos entrar na minha vida.
A mesma vitrine de vidro trincado, o sino na porta, o cheiro de páginas antigas.
— Helena? — ouvi a voz da dona, dona Lúcia, quase em choque.
— Eu sei... faz tempo — forcei um sorriso.
Ela veio até mim com os braços abertos.
— A última vez que te vi, você estava cheia de sonhos e livros na bolsa.
— Agora eu carrego