Capítulo 8 – O Fantasma Que Nunca Partiu
Ponto de Vista: Helena Duarte
Alguma coisa estava muito errada com Dante.
Não que fosse novidade ele ser frio como uma reunião de segunda-feira — mas nos últimos dias, ele estava ausente de um jeito que até os funcionários notaram.
O homem que antes fazia questão de me escoltar a todo canto agora mal trocava palavras. Saía cedo, voltava tarde. Quando eu perguntava algo, respondia com um “hum” ou um “depois”. E o quarto... agora ele dormia no de hóspedes.
— Você vai me explicar o que está acontecendo ou eu preciso fazer um PowerPoint? — perguntei uma noite, parada na porta do escritório dele.
— Não estou com cabeça pra isso agora, Helena.
— Nem pra mim, né?
Ele suspirou, passando a mão nos cabelos.
— Você não entende...
— Então me faz entender! Por que está se afastando? O que eu fiz?
— Nada. E é isso que me assusta. Você está sendo tudo o que eu nunca imaginei querer... e tudo o que eu não sei lidar.
— Isso é desculpa ou confissão?
Ele me encar