O som do celular ecoou no quarto silencioso, quebrando a bolha de calma que envolvia Isadora. Ela vestia um robe acetinado cor creme e caminhava descalça pelo quarto, ainda sentindo o calor da última noite grudado na pele. O nome na tela, porém, congelou seu corpo. Um número desconhecido. Mas a voz... não. A voz era como uma agulha cravando memórias que ela lutava para enterrar.
— “Isadora?” — disse a voz masculina do outro lado, baixa, quase um sussurro — “Sou eu. Não desliga, por favor. Eu preciso falar com você.”
Ela não respondeu. Apenas sentou-se na beirada da cama, apertando o celular com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. O som daquela voz, vinda do passado que ela se obrigou a esquecer, fez seu coração acelerar como se estivesse em uma sala trancada sem janelas.
— “Você não deveria me ligar.” — ela respondeu, fria.
— “Eu sei... Mas tem coisas que você precisa saber. Sobre o que realmente aconteceu.”
Ela desligou. Sem mais palavras. Sem mais memórias. Mas as pern