O trajeto de volta para a mansão foi coberto por um silêncio mais denso que qualquer grito. Isadora mantinha os olhos fixos na janela do carro, o maxilar travado, enquanto Lorenzo, no banco ao lado, a observava em silêncio. Seu terno impecável não escondia o desconforto. O ar entre eles estava carregado de coisas que não foram ditas, e do eco de um beijo que ainda queimava nos dois.
Quando o carro parou na entrada, ela desceu sem esperar por ele. Caminhou pelos degraus com a elegância de uma rainha ferida e atravessou o hall da mansão com a cabeça erguida. Lorenzo a seguiu em passos silenciosos, como uma sombra.
Assim que a porta se fechou, ela girou nos calcanhares, o olhar cortante.
— A partir de agora, Lorenzo, vamos deixar algo claro. Nenhum beijo, nenhum toque, nenhuma aproximação não autorizada. Você ultrapassou os limites hoje. E não vai acontecer de novo.
Ele cruzou os braços, a observação fria, mas o brilho nos olhos verdes denunciava a provocação.
— Não sabia que precisava d